Indústria da construção civil volta a crescer e enche a agenda de brasileiros

Por Marisa Arruda Barbosa

Carmac

Parece que os tempos de pouco trabalho depois da crise econômica estão virando passado para quem trabalha na construção civil. Brasileiros que sofreram o baque da crise de 2008 dizem que, no ano passado, já deu para sentir as melhoras e as previsões para este ano são ainda melhores.

Wilson Barbosa, do Bobcat Services, que oferece serviços de escavação para colocação de asfalto e pisos em áreas externas, relata que 2013 foi um ano ruim, com semanas inteiras sem trabalho. “Agora tenho trabalhado aproximadamente quatro dias por semana. Desde que o ano começou, estou com bastante trabalho e as perspectivas para 2015 são muito boas”, disse Wilson. “Tenho recebido ligações de muitos clientes novos”.

De acordo com um estudo lançado no dia 21 de janeiro, 2014 realmente foi melhor para a indústria de construção na Flórida e em todo o país. Empreiteiros viram um aumento de 47% na contratação de serviços, disse o estudo da Associação Geral de Empreiteiros que prevê o ano de 2015.

“Há novas construções de condomínios em todos os condados, por causa da procura”, disse o empreiteiro Edgard Augusto Santos, dono da Home Art Design Florida Corp. e que está trabalhando atualmente em sete projetos diferentes entre West Palm Beach e Boca Raton. “A Flórida, por ter bom tempo o ano todo, sempre atraiu novos moradores”.

Esse ano, 95% dos empreiteiros disseram que pretendem contratar novas pessoas. Desses, 24% afirmaram que irão contratar mais de 25 pessoas, dos quais 18% adicionarão entre seis e 15 trabalhadores, e 47% adicionarão de um a cinco novos trabalhadores à força de trabalho. Nenhum dos entrevistados disse que acha que deverá diminuir sua força de trabalho.

Carlos Macedo, dono da Carmac há 15 anos, em Deerfield Beach, empresa especializada em pavimento externo de casas e reforma de piscinas residenciais, concorda que o mercado tem melhorado bastante. “Trabalho muito por indicação. Em um bairro em Delray Beach, eu já estou fazendo a oitava casa por causa de indicação de residentes”, relata Carlos, que trabalha em Palm Beach e Broward.

[caption id="attachment_79470" align="alignright" width="200"] Carlos Macedo, dono da Carmac, conta com três semanas de espera para o início de novos projetos.[/caption]

Falta de mão de obra De acordo com o estudo, a indústria perdeu muitos trabalhadores por causa da crise econômica de 2008.

Edgard relembra que, além da crise, o furacão Wilma em 2005 fez muitos brasileiros irem embora. O empreiteiro afirma que sua empresa, especializada em reformas e novas construções comerciais e residenciais, tem visto uma grande melhora nos últimos dois anos. Mas relata que tem subcontratado mais americanos do que brasileiros.

“Apesar de sempre trabalhar com os mesmos subcontratados, vejo que está difícil conseguir mão de obra, pois muitos deles abriram suas próprias empresas e preferem trabalhar por conta própria”, disse Carlos.

Ele diz que não pode começar nenhum trabalho antes de três semanas por causa da quantidade de projetos e pela dificuldade de agendar com seus subcontratados.

Tanto Carlos, como Edgard e Wilson antecipam que 2015 será um bom ano. Nacionalmente, diz o estudo, 80% das firmas de construção visam aumentar a força de trabalho esse ano.

Edgard acrescenta, no entanto, que a indústria melhorou, mas ainda falta aproximadamente 30% no volume de trabalho para que chegue ao que era até 2005. “Tenho certeza que em 2015 irá melhorar ainda mais”, conclui. Com informações do “Sun Sentinel”.