Inverno: vacinar ou não as crianças contra a gripe?

Por Arlaine Castro

Dr Richard Silva
Brasileiros aderem mais à vacinação que americanos O clínico geral brasileiro Richard Silva, que atua há mais de 20 anos no sul da Flórida, entende que falta campanhas de prevenção. “Áreas como nutrição e prevenção da saúde não são tão avançadas nos EUA. O governo não se importa com isso, somente em caso de epidemias. Um exemplo disso é o aumento das taxas de obesidade e diabetes tipo II na atualidade. Como médico, ressaltamos aos pacientes a importância da prevenção de doenças, para melhorarmos nossa qualidade de vida”, aponta. Para o médico, os brasileiros em geral são mais conscientes em relação à prevenção de doenças, e por isso, a adesão destes à vacinação é maior se comparada aos americanos. Dr. Silva lembra ainda que, um problema que a Flórida enfrenta como prevenção de gripe é que, por ser um estado que constantemente recebe muitos visitantes, turistas e novos moradores, e muitos deles não possuem conhecimento sobre o sistema de saúde americano, isso prejudica para a imunização. Outro fator importante ressaltado por Dr. Silva diz respeito à migração de pessoas de estados mais frios para a Flórida que podem trazer com eles vírus, como o da gripe, até sem saber e este acaba se espalhando entre a população local. H1N1 e a Síndrome de Guillain-Barré A síndrome de Guillain-Barré (GBS) é uma doença rara na qual o sistema imunológico de uma pessoa danifica as células nervosas, causando fraqueza muscular e, às vezes, paralisia, conforme explica o CDC. O GBS pode causar sintomas que geralmente duram algumas semanas. A maioria das pessoas se recupera totalmente do GBS, mas algumas pessoas têm danos nos nervos a longo prazo. Em casos muito raros, as pessoas morreram de GBS, geralmente por dificuldade respiratória. Nos Estados Unidos, cerca de 3.000 a 6.000 pessoas desenvolvem o GBS a cada ano. No entanto, o CDC aponta que os dados sobre a associação entre GBS e vacinação contra a gripe sazonal são variáveis ??e inconsistentes entre as estações de influenza. Se houver um aumento do risco de GBS após a vacinação contra a gripe, é pequeno, da ordem de um a dois casos adicionais de GBS por milhão de doses de vacina contra a gripe administradas. “A taxa de base para o GBS nos Estados Unidos é de cerca de 80 a 160 casos de GBS por semana, independentemente da vacinação”, informa o CDC. Indenização por lesão Quase todas as pessoas que recebem a vacina contra influenza não apresentam problemas sérios. No entanto, em raras ocasiões, a vacinação contra a gripe pode causar sérios problemas, como reações alérgicas graves. As pessoas que sofrerem algum efeito colateral forte ou se sentirem “lesadas” pela vacina contra a gripe podem apresentar um pedido de indenização do Programa Nacional de Compensação de Lesões por Vacinas (VICP) no site Influenza Vaccine Safety. [caption id="attachment_177232" align="alignright" width="277"] Amanda Scorza 37 anos, o marido e os filhos. Foto: arquivo pessoal.[/caption] "Sou 100% a favor" Amanda Scorza 37 anos, mãe de Nicholas Reis de 4 anos e Anna Reis de 2 anos, mantém seus filhos sempre em dia com as vacinas. “Sou 100% a favor e como me mudei da Flórida para o Alabama, e de acordo com a cartela deles, meus filhos tiveram que tomar mais vacinas. Na Flórida estavam em dia, mas aqui não”, relata. Desde que nasceram os dois filhos tomam vacina de gripe e todas as outras necessárias de acordo com cada idade, segundo Scorza. “Sou a favor da vacinação e incentivo a todos os amigos. Por contas de campanha antivacinação, doenças já erradicadas como o sarampo estão voltando e isso me assusta. Esse ano, assim como nos anos passados, liberada a vacina de gripe, todos de casa já foram vacinados! Aqui em casa, vacina é lei, é saúde!”, enfatiza. Matérias relacionadas Brasileiros relatam bullying sofrido pelos filhos em escolas da Flórida