Investigação mostra que agentes de fronteira não detectam documentos falsos.

Por Gazeta Admininstrator

Uma investigação realizada por equipes do Escritório de Supervisão do Governo (GAO), braço investigador do Congresso, comprovou que inúmeros agentes utilizando documentos falsos ou adulterados conseguiram atravessasras fronteiras de entrada do país sem enfrentar qualquer problema junto à imigração.

Durante a audiência, Gregory Kutz, diretor de investigações especiais da GAO, informou que desde 2002, e até junho passado, um total de 45 agentes da GAO entraram “sem nenhum problema” por diversos pontos da fronteira com o México e Canadá, utilizando documentos falsos de identidade.

Ele explicou que somente foram detectados três dos 45 investigadores, que comprovaram a falta de diligência e contrôle dos pontos de entrada terrestres nos estados de New York, Washington, Texas, Arizona, Michigan, Idaho, Califórnia, e alguns aeroportos da Flórida.

Segundo ele, outra prova de vulnerabilidade é que um de seus agentes cruzou a fronteira entre Califórnia e Texas “sem o menor obstáculo”, com um passaporte diplomático norte-americano alterado e vencido. “Neste caso, os representantes de Aduanas e Proteção de Fronteiras (CBP) não fizeram nenhuma pergunta nem verificação da autenticidade do passaporte”, disse Kutz.

Ele acrescentou que, “além disso, outro agente passou caminhando do Canadá até as áreas de controle de segurança do estado de Washington sem apresentar seus documentos de identidade”.

Outros agentes, segundo ele, utilizaram carteiras de motorista falsas para entrar nos EUA em nove pontos terrestres de fronteira, de norte a sul, sem que os agentes da CPB checassem sua autenticidade.

Michael Everitt, chefe do laboratório forense do Serviço de Imigração e Aduanas (ICE), não contestou as provas sobre as deficiências de segurança apresentadas pela GAO, as quais atribuiu à falta de recursos e de uma tecnologia adequada.

Para a líder democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, o testemunho apresentado pela GAO “é alarmante”.

Pelosi ressaltou em um comunicado que é “completamente inaceitável” que quase cinco anos depois dos ataques de 11 de setembro, as fronteiras sejam mais inseguras do que nunca, e culpou os republicanos, especificamente o presidente George W. Bush pela situação.

O Comitê de Finanças do Senado divulgou, na semana passada, estudo sobre a utilização de documentos falsos de identidade para facilitação da entrada de imigrantes nos EUA. O estudo foi realizado pelo escritório de Supervisão do Governo (GAO), braço de investigação do Congresso.

O relatório prévio apresentado no Comitê em 2003, ressalta que a GAO havia advertido sobre as “sérias” deficiências de segurança detectadas em alguns pontos de entrada aéreos e terrestres do país, que permitiram a entrada de estrangeiros e de norte-americanos com carteiras faltas de identidade.

“É difícil crer que depois de três anos após esta audiência, e de quase cinco depois do início dos programas de controle mais restrito nos pontos de entrada, haja pouco progresso nos esforços para acabar com essa brecha de segurança”, disse o presidente do Comitê, o republicano Chuck Grassley.

Tecnologia
Em 2005, 84 mil pessoas foram presas tentando cruzar a fronteira alegando cidadania, ou utilizado documentos falsos de identificação.

Especialistas de duas empresas que produzem carteiras de identificação ou equipamentos de leitura de documentos, afirmam que seus produtores têm condições de informar quando um documento é falso.

Representantes da AssureTec Systems, apresentaram um equipamento que utiliza múltiplos scanners para verificar diferentes marcas d’água e hologramas de autenticação. Em segundos, o equipamento detectou um documento falso produzido para o GAO.

A AssureTec, já forneceu tecnologia para o Chile, Tailândia e Singapura, afirma Bruce Reeves, chefe-executivo da empresa, que está agora conduzindo um programa-piloto com um banco norte-americano para leitura de documentos financeiros. Outro projeto piloto está em curso em uma embaixada norte-americana, onde os scanners da AssureTec têm sido utilizados para checar os pedidos de visto de 25 mil a 30 mil pessoas.

Reeves estima que equipar as fronteiras do país com um sistema básico de verificação de documentos custaria em torno de $2 milhões, e menos de $400 mil em manutenção anual.

O valor corresponde a menos de 1% do orçamento de $35 bilhões do Departamento de Homeland Security, afirma o senador Charles Grassley, republicano de Iowa.