Investigação sobre Bispo Gê deve ir para STF

Por Gazeta Admininstrator

As investigações envolvendo Geraldo Tenuta (PFL), o Bispo Gê, sobre a contratação de funcionários "fantasmas" na Assembléia Legislativa de São Paulo, podem deixar o Ministério Público Estadual em breve. O político é investigado porque teria contratado pelo menos oito pessoas ligadas à Igreja Apostólica Renascer em Cristo para cargos comissionados.

Nesta quinta-feira (8), Tenuta, que era deputado estadual, assumiu a vaga de deputado federal deixada por Walter Feldman (PSDB), que assumiu a Secretaria de Esportes da Prefeitura de São Paulo. A partir de agora, se as investigações indicarem que o deputado tem responsabilidade, o caso passa para o Supremo Tribunal Federal (STF), conforme o artigo 53 da Constituição. O STF avalia a necessidade de o Ministério Público Federal ser acionado.

Na manhã da quarta-feira (7), Bispo Gê já havia assumido o cargo de deputado federal suplente em Brasília, mas a mudança para foro privilegiado só ocorreu com a efetivação como deputado federal.

Na sexta-feira (2), o Ministério Público Estadual instaurou procedimento para investigar a notícia crime de que os dois filhos e um genro dos fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Estevam e Sônia Hernandes, foram funcionários fantasmas da Assembléia. Na última terça-feira (6), a promotora Andréa Chiaratti do Nascimento Rodrigues Pinto foi nomeada para comandar as investigações que envolvem Bispo Gê, Fernanda Hernandes Rasmussen, Felippe Hernandes e Douglas Rasmussen. Outras cinco pessoas ligadas à Renascer também trabalharam para o deputado e devem ser investigadas.

A medida é tomada para que não haja choques de competência que anulem provas das investigações. Como Tenuta passa a ser deputado federal, ele não poderia ser monitorado ou investigado por uma instância inferior. O deputado negou todas as denúncias em nota divulgada na quarta-feira.

Na prática, só as investigações sobre Bispo Gê poderão ser conduzidas na instância federal. Os outros envolvidos na denúncia deverão continuar sendo investigados pelo Ministério Público de São Paulo.

Pelo menos oito parentes do casal Estevam e Sônia Hernandes, contratados por Bispo Gê, podem ter recebido juntos pelo menos R$ 1 milhão dos cofres públicos no período em que ocuparam cargos 'fantasmas' na Assembléia Legislativa de São Paulo no gabinete do então deputado estadual. A conta não considera as gratificações que o grupo teria recebido, que aumenta o valor em 70%.

A lista dos funcionários 'fantasmas' ligados à Igreja Renascer conta com os filhos Fernanda Hernandes Rasmussen e Felippe Daniel Hernandes e o genro Douglas Rasmussen, além de outros cinco parentes de Estevam e Sônia Hernandes. Eles foram nomeados para cargos comissionados e receberam salários e benefícios sem precisar cumprir expediente.

As nomeações no gabinete de Bispo Gê eram distribuídas em esquema de rodízio.