47 candidatos que se autodeclararam negros e concorriam dentro das seis vagas reservadas pelas cotas para o concurso de diplomata do Itamaraty (Instituto Rio Branco) foram eliminados após entrevista pessoal.
O ministério das Relações Exteriores publicou no dia 8, no Diário Oficial, que, os integrantes da Comissão de Verificação, por unanimidade, decidiram pela não confirmação das autodeclarações dos candidatos.
A Educafro e outras entidades ligadas aos direitos dos negros fizeram pressão para o Itamaraty montar, desde o último concurso, uma comissão julgadora para certificar, por meio de entrevista pessoal, se os candidatos declarados são, de fato, negros.
Conforme previsto no edital, as entrevistas foram feitas entre a primeira e a segunda fase. Foram 112 pessoas concorrendo às seis vagas para negros e o número total de vagas em 30.
A Educafro estuda ingressar com ação criminal contra os fraudadores, e prepara uma carta aberta ao Itamaraty/Instituto Rio Branco por conta do "bom trabalho" desenvolvido pelo Comitê "Gênero e Raça" no "combate às fraudes no acesso às cotas para negros".
O pai de uma candidata eliminada disse tratar-se de uma injustiça: "Os candidatos prejudicados estão submetidos a uma angústia sem tamanho, a poucos dias da realização das novas provas. Sei que reverteremos esse pesadelo", revelou.
Fonte: O Globo