Japão busca culpados de seu pior acidente ferroviário em mais de 40 anos

Por Gazeta Admininstrator

Em busca de pistas do que causou o pior acidente ferroviário do Japão em mais de 40 anos, a polícia vasculhou nesta terça-feira os escritórios da operadora de trens, enquanto parentes identificavam os restos de vítimas do acidente - que deixou 73 mortos.

Mais de 30 horas depois do acidente e já anoitecendo, equipes de resgate ainda tentavam chegar a dezenas de pessoas presas nas ferragens. Mas não havia sinais de sobreviventes.

- As equipes de resgate prosseguem, na esperança de que alguém ainda esteja vivo - disse um oficial do corpo de bombeiros. - O carro está muito danificado, então é difícil dizer qualquer coisa concreta.

Mais cedo, duas mulheres e um homem foram retirados vivos da massa de metal retorcido em que se transformara o vagão frontal.

Os investigadores estão enfocando a velocidade em que o trem lotado viajava, quando saiu dos trilhos na periferia da cidade de Osaka, e bateu num prédio de apartamentos, pouco após o rush matinal.

Segundo a imprensa japonesa, a polícia calcula que o trem estivesse a 100 quilômetros por hora - quando seu limite eram 70 quilômetros por hora. Mas, oficialmente, a polícia não confirma a informação.

Como investiga a possibilidade de negligência, a polícia entrou nesta terça-feira nos escritórios da Companhia Ferroviária do Oeste do Japão e apreendeu caixas de documentos.

O presidente da empresa, Takeshi Kakiuchi, e dois outros executivos devem pedir demissão, assumindo a responsabilidade sobre o desastre - que também deixou mais de 440 feridos. A decisão foi noticiada pelo jornal Nihon Keizai Shimbun, especializado em negócios.

Residentes da área deixaram flores junto a uma cerca de baixaram suas cabeças em oração pelas vítimas, enquanto a perícia inspecionava e fotografava o local do acidente.

A TV japonesa mostrou um homem curvado, em prantos, do lado de fora do ginásio para onde a maioria dos corpos foi levada.

- Enquanto assista às notícias nesta manhã, fui ficando cada vez com mais raiva e estou me perguntando o que fazer - disse outro homem de meia-idade, que perdeu a mulher. - O condutor era jovem e me pergunto sobre seu treinamento.

Sobreviventes disseram que o trem parecia estar indo mais rápido do que o normal, porque estava atrasado