Jobim Sinfônico dia 11 em Fort Lauderdale, FL

Por Gazeta Admininstrator

A arte do compositor brasileiro Antonio Carlos Jobim esteve sempre próxima, em sua sofisticação, da música erudita. Profundos conhecedores desse específico de sua obra, os compositores e arranjadores Mario Adnet e Paulo Jobim, filho de Tom, adaptaram para orquestra sinfônica 17 composições do maestro carioca, nascido na Tijuca em 1927, criado em Ipanema e falecido em New York, em 1994. Tom Jobim é cultuado como a maior expressão artística mundial brasileira em todos os tempos e reverenciado como um dos mais importantes músicos do Século XX.

É esse espetáculo, cuja gravação mereceu o “Grammy” edição 2004, que será apresentado na próxima sexta-feira, dia 11 de março, no palco principal do Broward Center for The Performing Arts, em Fort Lauderdale. Será o encerramento com “chave de ouro” do evento “State to State” que trouxe importantes autoridades da Flórida e do Brasil para discutir parceria cultural e outros aspectos da relação bilaterial que cresce contínuamente há 20 anos.

“Jobim Sinfônico” terá sua estréia internacional nesta noite, significando um dos mais importantes eventos já realizados na área cultural Brasil-Flórida. As participações especiais de Dori Caimmy, dos irmãos Assad (de êxito mundial) e do maestro Claudio Cruz só ampliam ainda mais a expressividade do evento.

No repertório do concerto estão a inédita canção “Lenda, escrita em 1954, e quatro movimentos da ópera Orfeu da Conceição (1956), que marcou a estréia de uma das parcerias centrais da música popular brasileira: Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Além de quatro movimentos de “Brasília, Sinfonia da Alvorada”, encomenda do então presidente Juscelino Kubitschek à dupla para a festa de inauguração da capital federal, em abril de 1961.

A sinfonia não pôde ser estreada no espetáculo grandioso de som e luz que estava previsto: foi lançada em disco com pequena tiragem e teve apenas duas execuções públicas: em 1966, pela TV Excelsior de São Paulo, e em 1986, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Grandes sucessos também entraram na seleção de Mario Adnet e Paulo Jobim, entre eles “Matita Perê” (de 1973, com letra de Tom Jobim e Paulo César Pinheiro, no CD cantada por Milton Nascimento); “A Felicidade” (1959), com arranjo do norte-americano Nelson Riddle e Garota de Ipanema (1962), uma das músicas mais executadas no mundo inteiro, num arranjo instrumental de Eumir Deodato feito exclusivamente para o filme homônimo.

Composta para o filme de Paulo César Saraceni, a “Crônica da casa assassinada” (1973) em quatro movimentos, foi registrada originalmente no disco Matita Perê (1973) com 12 violinos e cinco cellos. Nesta releitura sinfônica, ganha violas em determinadas frases melódicas e cinco contrabaixos, liderados pelo piano de Benjamim Taubkin.

“Lenda” foi composta para o programa “Quando os maestros se encontram”, da Rádio Nacional. “Macumba” foi escrita para a peça “Orfeu da Conceição”, mas acabou ficando de fora da versão final da peça de Jobim e Vinicius. Outro destaque é “Prelúdio”, que se mantinha inédita até a edição do disco / DVD. Trata-se de uma composição escrita em homenagem ao também pianista Evandro Rosa, amigo de juventude de Tom.

Foi o próprio Rosa quem cedeu a descoberta para o projeto, depois de vasculhar incansavelmente seus arquivos pessoais atrás das partituras perdidas. Além do concerto na íntegra, também registrado no CD, o DVD traz uma entrevista com o pianista, colega de Tom nas aulas com a professora Lúcia Branco.

Ou seja: além de possibilitar a todo o público que cultiva a música de Tom, em todos os pontos do mundo, “Jobim Sinfônico” é um presente único dado pelo Broward Center for the Performing Arts à comunidade brasileira na Flórida. Presente que merece ser agradecido com comparecimento em massa, sexta à noite.