Johnson & Johnson é condenada a pagar US$ 4,7 bi em indenização

Por Gazeta News

Jonhson & jonhson foto Rick Wilking Reuters
[caption id="attachment_169761" align="alignleft" width="391"] Imagem: Rick Wilking / Reuters.[/caption] Em mais um embate no tribunal, uma corte no Missouri (EUA) condenou a empresa Johnson & Johnson a pagar uma indenização equivalente a cerca de US$4,7 bilhões (cerca de R$18 bi) a 22 mulheres que alegam ter desenvolvido câncer de ovário ao usar talcos produzidos pela empresa. Além da compensação no valor de 550 milhões de dólares, a justiça acrescentou outros 4,1 bilhões de dólares referentes à indenização punitiva. O valor da indenização é o maior que a J&J já foi condenada a pagar. Os danos punitivos normalmente são frequentemente reduzidos pelo juiz de primeira instância ou depois do recurso. A J&J já conseguiu reverter várias decisões dos tribunais, alguns delas por motivos técnicos, por meio de recursos. A empresa informou que está "profundamente desapontada" com o resultado do julgamento e pretende recorrer da decisão. Durante seis semanas de julgamento, 22 mulheres e as famílias delas afirmaram que desenvolveram câncer de ovário depois de usar o talco para bebês e outros produtos em pó da empresa. Das 22 que foram à Justiça em busca de indenização, seis morreram de câncer no ovário. A gigante farmacêutica, que nega as acusações e assegura que seus produtos não causam câncer ou contêm substâncias cancerígenas, enfrenta cerca de 9 mil processos judiciais envolvendo o talco que fabrica para bebês. Contaminação Os advogados das vítimas alegam que a Johnson & Johnson sabia que o talco estava contaminado com amianto desde os anos 1970, mas falhou em alertar os consumidores. O talco é um mineral que, às vezes, pode ser encontrado no solo próximo ao amianto. A J&J nega que seus produtos contivessem amianto e insiste que o talco não causa câncer. A empresa acrescentou que vários estudos mostraram que seu talco é seguro e disse que o veredicto foi produto de um "processo fundamentalmente injusto". As evidências não são conclusivas. Há anos existe o receio de que o uso talco, particularmente em áreas próximas aos genitais, aumente o risco de câncer de ovário. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classifica o uso de talco nos genitais como "possivelmente cancerígeno" por causa dos indícios contraditórios. A Food and Drug Administration (FDA), agência que regula medicamentos e alimentos nos EUA, pediu um estudo com diferentes amostras de talco, incluindo os da J&J, entre 2009 e 2010, mas não foi encontrado amianto nessas amostras. O advogado de acusação defendeu durante o julgamento que tanto a FDA quanto a empresa usaram métodos de teste falhos. Uma decisão anterior de um júri da Califórnia, em 2017, havia concedido US$ 417 milhões para uma mulher que afirmou ter desenvolvido câncer de ovário após usar os produtos da empresa, incluindo o talco. No entanto, essa decisão foi anulada e várias outras ações contra a J&J ainda estão por ser decididos. Com informações da Reuters.