Jornalista diz ter visto Polanski seduzir jovem em NY

Por Gazeta Admininstrator

Lewis Lapham, que foi diretor da revista "Harper" durante 25 anos, qualificou ontem como "vulgar" o modo como o cineasta Roman Polanski supostamente teria se insinuado a uma jovem depois do assassinato de sua mulher, a atriz Sharon Tate.

Segundo Lapham, Polanski quis seduzir a noruega Beattle Telle em um bar de Nova York dizendo-lhe que a transformaria em uma "nova Sharon Tate", em alusão a sua falecida mulher, que ele levou à fama como atriz.

O ex-diretor da Harper testemunhou no processo que o cineasta move contra a revista "Vanity Fair", no qual também testemunhou, a favor de Polanski, a atriz Mia Farrow.

Lapham admitiu ser a fonte utilizada pela "Vanity Fair" para o artigo de 2002, que acusa Polanski de tentar seduzir uma jovem "bela sueca" pouco depois da morte de sua mulher por uma seita satânica em 1969. Sharon foi morta aos 26 anos pela seita dirigida por Charles Manson. Ela estava grávida de oito meses e meio.

Tanto o jornalista como o então namorada da "bela", Edward Perlberg, concordaram em declarar que estavam os três em um restaurante quando a chegada de Roman Polanski provocou um silêncio geral, pois todos sabiam do brutal assassinato de sua mulher.

Segundo a versão das duas testemunhas, Polanski pegou uma cadeira de outra mesa e colocou-a entre Lapham e a jovem, que havia trabalhado como modelo da Agência Ford. "O senhor Polanski parecia especialmente interessado nela; de fato, não falou com mais ninguém na mesa e tentou monopolizar toda a sua atenção", disse o ex-namorado da modelo.

Lapham disse que o cineasta falou da beleza da jovem e, em certo ponto, "colocou uma mão na perna dela e disse: eu posso te colocar no cinema. Posso fazer de você outra Sharon Tate". "Me impressionou o comentário, não apenas por ser de mau gosto e vulgar, mas por ser um clichê", comentou Lapham.

O cineasta, de 71 anos, fugiu dos Estados Unidos em 1977, depois de declarar-se culpado de ter mantido relações sexuais com uma menor de idade. Polanski acompanha o julgamento via satélite, de Paris, para evitar uma possível extradição para os Estados Unidos ao pisar em solo britânico. Ele vive com sua mulher, a atriz Emmanuelle Seigner, na França, de onde, sendo cidadão francês, não pode ser extraditado. Polanski ganhou o Oscar de direção em 2003 pelo filme O Pianista.