Jovem brasileiro amputado vira ícone de superação também nos EUA

Por Simone Raguzo

pedro- Foto Joey Clay Photography - Copy

Ao contrário do que muita gente pensa, as próteses de Pedro não tem componentes eletrônicos. “Minhas próteses de braços são de tecnologia bem antiga, foram criadas na época da Segunda Guerra Mundial e até hoje não tiveram atualizações. Não têm nada biônico, que funcione com a força da mente, e sim com movimento dos ombros. Mas funcionam muito bem pra mim, são leves e baratas. E as próteses de pernas têm microprocessadores com sensores que não impulsiona, mas ajudam a melhorar a caminhada”, explica.

“Superar é Viver” Além da proximidade que adquiriu com a clínica de reabilitação, a Hanger Clinic, localizada em Oklahoma, Pedro arrumou uma namorada americana e optou por estudar nos EUA. Mudou-se para Saint Petersburg, na Flórida, onde cursa economia e se formará em um ano.

A forma positiva com que o estudante encarou todos os acontecimentos começou a chamar a atenção das pessoas e resultar em convites para dar palestras pelo Brasil e nos EUA. A repercussão foi tanta que lhe rendeu um convite para escrever um livro contando sua história.

“Quatro anos tinham se passado desde a amputação e, após um feedback muito positivo em uma palestra que dei em Curitiba, estava falando pra minha família da vontade de escrever um livro. Nesse mesmo momento, o iPad estava no meu colo e recebi um email da editora Leya, convidado-me a escrever um livro com eles. Começamos já na semana seguinte, terminando no final de 2013 e lançando no ano seguinte”, conta o autor do livro “Superar é Viver”, que tornou-se sucesso de vendas do Brasil.

E assim segue a vida do jovem paulista, conciliando estudo, palestras e sendo mentor de outros amputados, entre eles o pequeno Jeremiah, que também foi vítima de meningococcemia. Além disso, Pedro tem a rotina de uma pessoa normal. Anda, dirige um carro não adaptado, viaja sozinho, cozinha, limpa a casa e faz exercícios físicos diariamente, inclusive já participou de competições de triatlo.

“Você só sabe que é capaz até você ser testado. Eu tive que voltar aos meus planos antigos. Minhas próteses não são equipamentos médicos, elas são ferramentas, Eu não sou um doente, simplesmente aconteceu tudo isso e eu perdi meus membros, mas os repus e a vida segue”.

Sonho Pedro sabe que as pessoas se admiram e se inspiram com sua história de superação. “Quando eu estava na cadeira de rodas, as pessoas me olhavam com pena. Hoje, têm mais reações de admiração e curiosidade, me elogiam e dão força”, conta. Seu intuito é continuar a levar uma mensagem positiva às pessoas.

“Meu maior sonho é continuar transformando, isso que foi tão triste e impactante na vida da minha família, em algo positivo. Hoje, eu só espalho sorrisos e isso me traz um prazer que não tem como explicar”.