Juiz aceita novo pedido de prisão para Bispos da Renascer

Por Gazeta Admininstrator

O juiz da 1ª Vara Criminal de São Paulo Paulo Rossi determinou a prisão preventiva dos bispos e líderes da Igreja Renascer em Cristo, Sônia Haddad Moraes Hernandes e Estevam Hernandes Filho. A decisão é baseada em pedido de prisão feito na terça-feira (9) pelos promotores do Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual. Os promotores acusam o casal de continuar a realizar lavagem de dinheiro mesmo respondendo a processo no Brasil.

A Interpol, organização policial internacional, já foi avisada pela Justiça brasileira e deve cumprir os mandados de prisão nos Estados Unidos, onde o casal se encontra. O Ministério Público de São Paulo informou que está em contato com a Interpol e pediu a extradição dos bispos.

O casal, que está nos Estados Unidos, foi preso na terça-feira (9) no Aeroporto de Miami, no estado da Flórida, com US$ 56 mil em dinheiro não declarado. Os bispos só foram liberados pela polícia federal americana, o FBI, depois de pagar fiança de US$ 100 mil, mas permanecem na Flórida à disposição da Justiça americana.

O casal levava dinheiro escondido até na capa de uma Bíblia. Segundo um documento da imigração americana, traduzido para o português, o dinheiro estava, além da Bíblia, escondido em um porta-CDs, em uma mochila e em parte da bagagem despachada.

A informação de que o casal desembarcaria em Miami, nos Estados Unidos, partiu dos promotores do Gaeco. O flagrante em Miami motivou os promotores a realizarem um novo pedido de prisão preventiva, pois a quantia encontrada comprovaria que os bispos continuam a realizar atos ilícitos.

Habeas corpus
Os bispos já tinham sido alvo de outro pedido de prisão feito pelos promotores do Gaeco em 17 de novembro. O pedido foi feito com base na ausência dos acusados em uma audiência do processo em que são acusados de praticar crimes de estelionato contra fiéis da Renascer e lavagem de dinheiro arrecadado em cultos.

O mandado de prisão foi cassado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 19 de dezembro. Nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu manter a decisão de não interferir na liminar expedida pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Laurita Vaz.

De acordo com a decisão do TJ-SP, o fato de a liminar já ter sido julgada pelo STJ, um instância superior ante o tribunal paulista, o pedido foi considerado "prejudicado" e o casal permanecerá em liberdade.

A assessoria de imprensa do STJ informou que o mérito do habeas corpus ainda será julgado pelo colegiado dos ministros. O julgamento deve ocorrer a partir de 1º de fevereiro, quando os ministros retornarem das férias.

O advogado dos bispos, Luiz Flávio Borges D'Urso, afirmou que ainda não recebeu informações a respeito do pedido de prisão e que não pode ainda comentar a dimensão que esse pedido terá dentro do processo.

D'Urso lembrou que o processo corre em segredo de Justiça. Ele contestou ainda a informação de que os bispos pagaram U$ 100 mil de fiança nos Estados Unidos. Segundo ele, o valor foi de U$ 2,5 mil. "O resto é folclore", disse o advogado.