Juiz espanhol proíbe divulgação de investigação de supostos crimes fiscais de jogadores

Por Daniel Galvão

A divulgação de resultados da investigação "Football Leaks", conduzida por 12 publicações europeias - entre elas o jornal 'El Mundo' e a revista italiana '!Espresso' -, e que denunciou supostos crimes fiscais envolvendo estrelas das maiores equipes do mundo, foi proibida esta semana pelo juiz espanhol Arturo Zamarriego.

A decisão atendeu pedido feito pelos advogados do craque Cristiano Ronaldo, um dos envolvidos nos supostos crimes. Segundo a defesa do português, a suspeita é que os dados que sustentam a investigação tenham sido conseguidos através de hackers que atuaram contra o escritório de assessoria esportiva Senn Ferrero, pivô do escândalo.

De acordo com o "Football Leaks", o astro do Real Madrid teria enviado 150 milhões de euros provenientes de contratos publicitários e direitos de imagem ao paraíso fiscal das Ilhas Virgens. Mas, Cristiano Ronaldo não está sozinho na lista de suspeitos: o técnico José Mourinho (Manchester United), o atacante argentino Gonzalo Higuaín (Juventus) e o empresário português Jorge Mendes, que agencia Cristiano Ronaldo, também estão sendo investigados.

Chamado European Investigative Collaborations (EIC), o consórcio de publicações europeias teve acesso a mais de 18 milhões de documentos envolvendo o mundo do futebol e prometia divulgar novas informações a cada semana. Grande parte dos casos é de jogadores, dirigentes, técnicos e empresários que teriam usado uma rede de empresas de fachada para receber pagamentos por direitos de imagem em paraísos fiscais, escapando do fisco de seus países.