Kaká +10 - Show de Bola

Por César Augusto

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Essa semana eu fui até Orlando entrevistar o Kaká. Antes de escrever sobre esse bate papo, vou falar brevemente sobre o fenômeno “Orlando City Soccer”, o time do Kaká. Eu nunca vi, em nenhum lugar do mundo, tantos carros com o adesivo de um time. A capa de um dos jornais brasileiros da região mudou de cor. Agora é roxa, como o Orlando.

E a matéria em destaque é, claro, sobre um jogo do time do Kaká. A reportagem mostrou um grupo de brasileiros que tem se encontrado no estádio, antes das partidas. Umas 50 pessoas. A média de público do Orlando é de mais de 30 mil pessoas. É só o primeiro ano da equipe na Major League Soccer, a MLS, e o time está, nesse momento em que escrevo a coluna, só em 8º lugar. Ou seja, o trabalho de marketing está sendo muuuuiiiiiittttooooooooo bem feito. Quem passa por Orlando nem se liga que é a terra do Orlando Magic, do basquete. Agora é a terra do Orlando City, o time do Kaká.

Bom, Kaká tem uma importância enorme no sucesso do time. É um jogador querido, quase uma unanimidade. E agora, para melhorar ainda mais as coisas para os lados do Orlando, Kaká voltou a ser convocado para a seleção Brasileira. Ele não era convocado há oito meses, mas foi lembrado por Dunga para os amistosos que vai disputar nos Estados Unidos. Kaká, até hoje, vestiu a camisa da seleção principal 87 vezes. É quem mais defendeu o Brasil entre os convocados. Nossa conversa vai ao ar no Esporte Espetacular, programa da TV Globo, no domingo. Falamos sobre essa convocação.

Ele contou que foi quase uma surpresa. Achava que tinha uma chance de ser lembrado por Dunga, mas não existia uma “certeza tão grande” em relação ao chamado. Ele estava indo para o treino, acompanhado pelo irmão e o pai, quando começou a receber mensagens no celular dando parabéns pela volta a seleção. A comemoração foi no carro mesmo.

É bonito ver Kaká falando da seleção. Ele fala com carinho. Na entrevista, falou sobre a honra de defender as cores do Brasil. Ouvi e pensei o quanto um jogador como ele faz falta em um grupo. Principalmente um grupo que tem Neymar como o grande líder.

Falamos sobre isso e Kaká tem uma opinião interessante sobre a liderança. Disse que existem vários tipos de liderança em um time. Neymar desempenha uma liderança técnica. Joga muito, é craque, e por isso acaba assumindo a tal liderança. Mas é novo e não tem experiência suficiente para exercer a liderança que o próprio Kaká deve assumir. Kaká já disputou 3 copas, ganhou uma. Jogou em alguns dos principais times da Europa. Tem uma carreira de sucesso. É um exemplo a ser seguido pelos mais jovens, e isso pode ser muito interessante na seleção atual.

O futebol brasileiro vive uma entressafra. Tem bons jogadores, mas, ultimamente, colecionou maus resultados. Falta alguma coisa para o Brasil voltar a ser o Brasil. Falta, provavelmente, muita coisa para o Brasil voltar a ser o Brasil. Por isso, nesse momento, Kaká é tão importante.

Os jogos da seleção ainda não aconteceram. Não sei se o Kaká vai jogar bem ou mal. Já registro aqui que, seu eu fosse técnico da seleção brasileira, levaria Kaká para os Jogos Olímpicos do Rio, no ano que vem. Acho Kaká mais importante do que o próprio Neymar nessa competição. Alguns amigos acham que estou ficando louco, mas eu apostaria nisso. E não faria tão feio quanto na última Copa ou na Copa América, pode acreditar.