Lama e Terror

Por Gazeta Admininstrator

Lama em Brasília, terror em Londres. A semana passada foi especialmente dura para quem ainda alimentava alguma esperança em decência política no Brasil sob a égide de Lula e do PT. Foi mais dura ainda para quem achava que o radicalismo islâmico insano iria dar alguma trégua aos inocentes civis.
As bombas que aterrorizaram Londres e trouxeram de volta, em plena abertura da polêmica reunião do G-8 na Grã Bretanha foram um trágico lembrete de que, como o próprio George Bush já chegou a admitir, o terrorismo não será vencido e vai custar muito sangue e dinheiro para ser combatido contínuamente.

Porque os ataques foram cometidos “em nome” da Al-Qaeda, perpetrados por um grupo que se diz “fiel e seguidor” dos mandamentos de ódio de Osama Bin Laden. Ou seja, o vilão do Talibã está mais vivo do que nunca e sua sombra de destruição e massacre a inocentes se espaira como um “cult diabólico” pelos quatro cantos do mundo.

Para os brasileiros, o terrorismo é outro. Não menos massacrante e destruidor, apesar de aparentemente menos sangrento.
Os escândalos de corrupção que se amontoam em torno da classe política brasileira (não só do PT, porque, lembrem-se senhores, tanto é corrupto e ladrão quem suborna quanto o que aceita o suborno) não são novidade nenhum para um povo sofrido, abandonado, subestimado e tratado como “cordeiro lobotomizado”.

A decepção com o governo Lula também não é novidade nenhuma. O eleitor brasileiro, filho dileto de uma cultura do imediatismo em todos os níveis, vive sonhando com um “Salvador da Pátria”, um “Justiceiro” que abrace como Robin Hodd a causa dos fracos e oprimidos e com a coragem e heroísmo de Sansão, resgate os 65% da nossa população que vivem uma vida miserável.

As bombas em Londres mostraram que Bush não está tão errado quanto querem fazer crer seus mais radicais oponentes (e que ninguém pense que eu sou partidário das idéias do atual presidente, mas há que se ter bom senso). A ameaça terrorista às populações civis e democráticas do mundo não são para ser encaradas com leviandade ou simplesmente sob o manto do politicismo. São ameaças de morte, massacre, ódio e total desrespeito às leis fundamentais do humanismo e compaixão.

Como é possível ter cabeça fria diante desses ataques e não entender a crescente onda anti-islâmica em todo o mundo. Mesmo sabendo que o islã radical é uma parte minoritária dessa religião, o “estrago” de imagem causado pelos bárbaros atos da Al-Qaeda só corroem, mais e mais, a possibilidade de compreensão de uma religião que segrega mulheres e se estabelece com base a preconceitos e dogmas retrógrados.

Queremos crer na paz. Mas até quando teremos força e fé para isso?
No Brasil, queremos crer no futuro que todos temos certeza é nosso por direito e natureza. Mas a lama em que vive a nossa classe política, como um todo e cada vez mais evidentemente com RARÍSSIMAS exceções, nos coloca, a todos os brasileiros, diante da perplexidade e indignação.

Quem tem agora, no PT, coragem para criticar Paulo Maluf e Antônio Carlos Magalhães? Qual o partido ou político no Brasil que pode com hombridade, defender o já completamente avacalhado Poder Legislativo? Um Legislativo que rouba, rouba, rouba, rouba....e nunca faz nada a não ser em benefício próprio?

Em Londres, perdemos mais um pedaço de nossa inocência. Ganhamos mais um sinal de alerta em nossos já estressados “chips mentais de plantão”.

Em Brasília, perdemos mais um pedaço de nossa fé. Ganhamos mais uma certeza de que a corrupção virou prato-da-casa num país gerido em grande parte por homens sem caráter.