‘Layaway’ - Linha Direta

Por Cleida Cruz

Walmart-photo

Quem correu na frente para atender clientes com o orçamento muito apertado neste Natal foi o Wal-Mart. Pelo segundo ano seguido, trouxe de volta o sistema “layaway”, em que o cliente paga um produto em prestações antes de poder levá-lo para casa. Assim, os compradores que não desejam aumentar sua dívida de cartão de crédito podem alocar uma verba mensal para os presentes durante os meses antes dos feriados de fim de ano. Este ano, o Wal-Mart lançou o “layway” um mês mais cedo do que no ano passado, e informou que já registrou $300 milhões a mais em vendas esperadas através do programa do que em 2011. Apertando o cinto O mercado americano está dando sinais de que o Natal será mais magro este ano para o setor varejista, ou seja, os americanos estariam realmente apertando o cinto e mantendo a mão mais fechada justamente numa época em que tradicionalmente os consumidores dão um grande impulso à economia dos Estados Unidos. A posição oficial é cautelosamente otimista: analistas de varejo na Bain & Co. projetam que as vendas de Natal crescerão 3,5% em 2012, um pouco menos que a alta de 3,7% de 2011 e de 3,8% em 2010. Em comparação, houve aumentos de 5% ou mais em 2004 e 2005, e de 3,8% em uma média de 20 anos, segundo o Departamento de Comércio dos EUA. Preocupação As vendas de Natal representam um quinto ou mais do total anual das vendas de varejo e podem significar a diferença entre um ano de sucesso e um ano medíocre.  O consumidor americano continua preocupado com a situação do emprego, e também com o preço da gasolina e dos alimentos. Confiança A retração dos consumidores, que são a força motriz da recuperação econômica dos EUA, tem consequências ainda mais graves porque as empresas cortaram investimentos e a produção caiu, em resposta ao desaquecimento na Europa e em países como a China. A esperança do americano tinha aumentado nos últimos meses, com o mercado de trabalho em lenta melhora e o preço dos imóveis subindo. Tanto que a confiança do consumidor alcançou em novembro o ponto mais alto nos últimos cinco anos. Esperança Quase 60% dos consumidores disseram que planejam diminuir as despesas de Natal em antecipação ao abismo fiscal, segundo pesquisa com 1.007 adultos feita este mês, pela Ipsos para a RBC Capital Markets. A proporção de pessoas que acompanha o drama do abismo fiscal subiu de 45% em junho para 61% em novembro, informou a RBC. Mesmo assim, o consumidor americano tem um histórico de boa resistência, especialmente na época de Natal. Resta aos varejistas a esperança de que a história se repita. Procura-se pilotos As companhias aéreas dos Estados Unidos enfrentam uma falta de pilotos que ameaça ser a mais grave desde os anos 60, agora que novas exigências quanto à experiência de recém-contratados estão prestes a entrar em vigor. E para piorar, isso acontece justo quando o setor se prepara para uma onda de aposentadorias. É que milhares de pilotos experientes em grandes aéreas em breve chegarão aos 65 anos, idade da aposentadoria obrigatória. Procura-se pilotos II A partir de meados do ano que vem, só poderão ser contratados pilotos que tenham no mínimo 1.500 horas de vôo. Ou seja, seis vezes o mínimo atual. Isso eleva custos e o tempo de treinamento de novos pilotos, em uma época em que cortes salariais e horários mais cansativos já tornaram a profissão menos atraente. Isso vale mesmo para quem vai trabalhar como co-piloto, e não comandante da aeronave. Escondendo o jogo Nos últimos cinco anos, mais de 20 empresas nos Estados Unidos esconderam dos investidores que estavam se preparando para pedir concordata, segundo o “The Wall Street Journal”. As empresas, incluindo a Eastman Kodak e a AMR, controladora da American Airlines, não alertaram sobre a possibilidade de buscarem proteção judicial contra credores, apesar de enfrentarem grandes dificuldades financeiras. Algumas delas só abriram o jogo bem mais tarde, em informes judiciais, que tinham preparado o terreno com antecedência para o pedido.

Navegando sobre rodas Até parece que as montadoras americanas não se preocupam com as regras mais rígidas sobre a distração no trânsito e estão lançando o que chamam de “carro conectado”. São novas tecnologias em veículos que vão desde telas de 17 polegadas no painel até serviços que acessam o Facebook e compram ingressos de cinema on-line. Navegando sobre rodas II A General Motors Co. vai lançar, no segundo trimestre, um painel de oito polegadas com tela de toque para aplicativos, navegação na web e música on-line, que pode ser ativado por voz, toque na tela ou controles no volante. A Ford Motor Co. já permite que os motoristas enviem e recebam mensagens via Twitter e ouçam música on-line por meio da sua tecnologia Sync. Os novos Mercedes-Benz que serão lançados no segundo trimestre vão acessar o Facebook e fazer pesquisas no Google. Quem dirigir um desses Mercedes não poderá digitar textos enquanto o carro está se movimentando, mas frases pré-gravadas podem ser selecionadas com um clique.