Leão e comissão técnica são demitidos do Corinthians

Por Gazeta Admininstrator

Passando por uma fase crítica, o ciclo do técnico Emerson Leão no Corinthians se encerrou na manhã desta terça-feira. A diretoria do clube anunciou a demissão do comandante durante o treino no Parque São Jorge. Sua saída, porém, já estava definida desde a última sexta, quando o técnico se reuniu com o presidente Alberto Dualib e o empresário Renato Duprat, homem forte do futebol.

"Tivemos que tomar esta atitude para uma correção de rotas. A nossa idéia era mantê-lo por muito tempo, mas o Brasil ainda não tem esta cultura. Infelizmente, o Leão deixa o clube neste momento", afirmou Duprat. Segundo ele, o clube só irá contratar outro treinador ao término do Paulistão. "Vamos discutir o assunto nos próximos 14 dias. Garanto que até lá não teremos nenhum outro nome. Mas já temos duas opções, uma do exterior e outra interna", disse Duprat.

O nome mais cogitado para dirigir o time no Brasileirão deste ano é o de Abel Braga, que foi campeão da Copa Libertadores e da Copa do Mundo de Clubes da Fifa na temporada passada, pelo Internacional. Porém, o comandante da equipe gaúcha nega que tenha recebido alguma oferta de dirigentes corintianos.

Leão deixa a equipe alvinegra após fraca campanha no Campeonato Paulista. Ocupando apenas a nona colocação no Estadual com 25 pontos, os corintianos não possuem mais chances de garantirem vaga nas semifinais da competição, apesar de ainda faltarem duas rodadas para o término da primeira fase. A última partida de Leão no comando do Corinthians foi no empate com o Sertãozinho por 2 a 2, no último sábado, no Pacaembu.

Contratado no dia 15 de agosto do ano passado para salvar o clube do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro - a missão foi cumprida e o Corinthians acabou o Nacional na nona colocação -, Leão comandou o time da capital paulista em 46 jogos, conseguindo 22 vitórias, 13 empates e 11 derrotas (teve aproveitamento de 57,2%).

Na época em que foi contratado, o ex-goleiro fechou com o clube um contrato por dois anos e salário em torno de R$ 300 mil. A rescisão contratual era de R$ 2 milhões. Apesar da situação insustentável, o técnico não queria abandonar o time para não pagar a multa, enquanto os dirigentes corintianos seguiam a mesma linha de pensamento. Mas as duas partes fizeram um acordo, evitando brigas judiciais.

Junto com Emerson Leão, também vão embora o auxiliar Pedro Santilli e o preparador físico Fernando Leão, sobrinho do técnico. O técnico, inclusive, já é cogitado para assumir o Fluminense, que está sendo dirigido por Joel Santana e não tem mais chances de classificação na Taça Rio.

Nas duas últimas partidas do Estadual - América, em casa, e Santo André, no ABC -, o time será dirigido por Jorge Saran ou José Augusto, que comandaram juntos o Corinthians na Copa São Paulo de Juniores.

Despedida
Antes mesmo do anúncio oficial da demissão de Leão, a saída do treinador ficou clara na sua chegada ao Parque São Jorge. Quando os jogadores já estavam no gramado fazendo aquecimento para o treino, Leão apareceu usando roupas casuais, ao invés do tradicional agasalho do clube. Ele conversou com todos e se despediu do funcionário que faz a manutenção do campo da Fazendinha. Em seguida, desceu para os vestiários.

Na última sexta, Leão fez uma reunião com o presidente Alberto Dualib, o representante do MSI, Renato Duprat, e integrantes da torcida Gaviões da Fiel. Ao término do encontro, ficou decidida a dispensa do atacante Amoroso e a demissão do então diretor de Futebol, Edvar Simões, justificando ser parte da reestruturação do clube para a disputa do Campeonato Brasileiro 2007.

"Ontem [segunda-feira] à noite recebi um telefonema do Renato [Duprat] e tomamos café da manhã juntos hoje [terça], quando decidimos tudo e achamos melhor que a demissão era mesmo a melhor saída. Portanto isto ocorreu, está tudo certo, tudo resolvido. Não ficou seqüela alguma, deixo o time com diversos amigos, desde o roupeiro, seguranças e dirigentes", disse Leão em rápido pronunciamento.

"Deixo o Corinthians com as portas ou até as janelas abertas [para uma possível volta]. Quero agradecer o apoio que recebi aqui nesses sete meses. Antes de mim, um treinador ficava em média apenas três meses. Esse foi o trabalho mais difícil e arriscado na minha vida. Espero que amanhã já tenha a liberdade de acertar com outro clube."