Lei de Deus ou Lei dos Homens? (Parte I) - Via Legal

Por Jamil Hellu

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Ainda repercute em todo o mundo – independente das religiões praticadas ou seguidas - a passagem pelo Brasil  do Papa Francisco.

Além de seu carismo e simplicidade, suas mensagens e pregações foram marcantes juntamente com o início de reformas que já começa, como líder mundial da Igreja Católica (Apostólica Romana),  a promover  tanto no seio da Santa Sé - que remonta ao Cristianismo primitivo e é a principal séde episcopal de 1,5 bilhão de católicos romanos de todo o mundo - como também em seus representantes – da mais baixa à mais alta hierarquia – em todos os lugares em que se fazem presentes. Da mais simples paróquia à uma arquidiocese. Com sucessivos escândalos que remontam a época de Jesus Cristo, passando pela Idade Média e até os nossos dias.

A história do papado é a história do Papa e Bispo de Roma, chefe da Igreja Católica, tanto em seu papel espiritual e temporal, que cobre um período de aproximadamente dois mil anos.

O papado é uma das instituições mais duradouras do mundo, e teve uma participação proeminente na história da humanidade. A Igreja Católica (Apostólica Romana)  acredita que a “doutrina (…) sobre o papado é bíblica e decorre do primado de São Pedro entre os Apóstolos de Jesus. Como todas as doutrinas cristãs, desenvolveu-se ao longo dos séculos, mas não se afastou dos seus elementos essenciais, presentes na liderança do Apóstolo Pedro.

Os papas na Antiguidade auxiliaram na propagação do cristianismo e a resolver diversas disputas doutrinárias.

Na Idade Média, eles desempenharam um papel secular importante na Europa Ocidental, muitas vezes, servindo de árbitros entre os monarcas e evitando diversas guerras na Europa.

Atualmente, para além da expansão e doutrina da fé cristã, os Papas se dedicam ao diálogo inter-religioso, a trabalhos de caridade e à defesa dos direitos humanos.

De Pedro até Francisco, 266 Papas se passaram. Dos mais diversos nomes aos mais estranhos comportamentos. Das injustiças praticadas nos tempos da Inquisição às reformas gregorianas e à participação e, muitas vezes, decisivas em momentos importantes da humanidade.

Infelizmente, com o passar dos tempos e a fragilidade moral do ser humano, neste caso os chamados “representantes de Deus”, desvirtuaram ensinamentos pregados por Cristo. E são tantos e graves os escândalos em suas entranhas, que a Igreja Católica tem-se enfraquecida e, ao contrário de aumentar o seu “rebanho”, vem perdendo, a cada dia, mais fiéis.

Apesar, do pouco tempo de seu Papado, Francisco busca uma “virada de mesa” e colocar a Igreja Católica (Apostólica Romana) em seus verdadeiros trilhos: a aproximação de Deus e o distanciamento dos valores materiais.

Claro, está “tocando na ferida” de uma estrutura “viciada” que se vem materializando a séculos.

Logo vem à lembrança um passado recente, 1978, com o triste episódio da morte, até hoje não explicada, de João Paulo I, com apenas 33 dias de Papado e que pretendia realizar reformas como as idealizadas por Francisco.  Valendo aqui destacar que sobre este caso e seu desdobramento, o escritor inglês David Yallop, em seu livro “Em Nome de Deus”, mostrou em detalhes e com provas o envenenamento de João Paulo I. Fato este ao qual a Santa Sé se calou e jamais contestou.

Agora, contra Francisco, as reações não se fizeram esperar, vindas, principalmente da chamada “máfia” incrustada dentro dos muros que circundam os 44 quilômetros quadrados do Vaticano.

Rumores que circulam entre a comunidade de inteligência em Roma, Itália, indicariam que os setores conservadores radicais da Igreja Católica Romana lançaram duras críticas e ataques brutais contra Papa Francisco, através da mídia e sites de redes sociais, por sua atitude de reformador da Igreja. (Continua na próxima edição)