Líder judeu pede ao Papa abertura dos arquivos do Vaticano

Por Gazeta Admininstrator

Um líder da comunidade judaica de Colônia pediu ao Papa Bento XVI, nesta sexta-feira, que abra os arquivos do Vaticano do período da Segunda Guerra Mundial.

Abraham Lehrer fez o pedido ao Papa alemão durante um discurso de boas-vindas do pontífice à sinagoga de Colônia, que foi destruída por nazistas em 1938 e reconstruída após a guerra. Esta foi a apenas segunda vez na História que um Papa visitou um templo judaico. Bento XVI usou a ocasião para fazer um alerta contra o crescimento do anti-semitismo e pedir uma aproximação maior entre cristãos e judeus.

- Para nós, uma abertura completa dos arquivos do Vaticano do período da Segunda Guerra Mundial, 60 anos após o fim do Shoah (Holocausto), seria um sinal a mais de consciência histórica e agradaria aos críticos - disse ele ao Papa.

Grupos judeus têm pedido uma abertura completa dos arquivos, dizendo que isso poderia ajudar a elucidar a posição do Papa Pio XII, que ocupou a função e 1939 a 1958. Até agora, os arquivos foram apenas parcialmente abertos

Muitos judeus afirmam que Pio XII fechou para o Holocausto. O Vaticano rejeita tal acusação, afirmando que ele trabalhou às escondidas para salvar judeus e não foi mais enfático por medo de instigar represálias nazistas na Europa.

O Papa Bento XVI, que cumpre em sua Alemanha natal compromissos que estavam marcados para seu antecessor, João Paulo II, que morreu em abril, usou a visita à sinagoga para marcar o compromisso com o diálogo entre as religiões. Ele havia prometido fazer desta uma das missões principais de seu Pontificado.

- Hoje, tristemente, estamos testemunhando o surgimento de novos sinais de anti-semitismo e várias formas de hostilidade geral contra estrangeiros - disse Bento XVI. - Como podemos não ver nisso uma razão de preocupação e vigilância.

O Papa citou avanços nas relações entre cristãos católicos e judeus, mas pediu mais.

- Temos que nos conhecer muito mais e muito melhor.