Líderes comunitários se manifestam contra programa da Imigração em Newark

Por Gazeta News

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Líderes comunitários em Newark, New Jersey, se reuniram no último dia 26 de abril, com o Departamento de Polícia da cidade, para protestar contra o programa “Comunidades Seguras”, que foi implementado no dia 22 de fevereiro. O programa concede autoridades aos policiais locais para verificarem junto ao Departamento de Imigração o status imigratório de pessoas apreendidas ao cometerem alguma infração.

Um dos organizadores do encontro - que teve a presença de 20 líderes comunitários - a Reverenda Maristela Freiberg, da igreja St. Stephan’s Grace Community, onde o grupo se reuniu, disse que seu objetivo é ajudar a “construir um relacionamento de confiança entre os residentes e a polícia local, especialmente relacionado aos imigrantes indocumentados”. O bairro conhecido como Irobound é formado por imigrantes, principalmente brasileiros e portugueses.

Por uma hora e meia, Freiberg e outros líderes conversaram com o capitão Tony Perez, que representou o diretor da polícia Samuel DeMaio bem como o capitão Gregg Quackenbush.

A questão principal que foi discutida era sobre o papel que a polícia de Newark irá ter no programa “Comunidades Seguras”, que é conduzido pela Imigração, e se os imigrantes irão ficar com mais medo e menos propensos a denunciarem crimes.

O programa afeta qualquer pessoa que for presa pela polícia e tiver suas impressões digitais tiradas. Os dados são enviados para o Departamento de Segurança Interna que verifica se a pessoa tem algum histórico criminal. Se o departamento encontrar alguma evidência, o ICE poderá emitir uma ordem de manter a pessoa detida por até 48 horas, excluindo os finais de semana e feriados.

Autoridades federais dizem que o programa irá ajudar a prender e deportar os imigrantes mais perigosos. Mas na quarta-feira, vários religiosos locais e ativistas dos imigrantes se reuniram para protestar contra o programa.

Líderes no bairro Ironbound têm se reunido periodicamente com a polícia de Newark para discutir a relação com a comunidade. Eles estão renovando seus esforços contra a ativação do programa.

O capitão Perez disse que a polícia de Newark não recebeu nenhuma instrução oficial desde que o programa entrou em vigor, mas que isso deverá ser revisado pela divisão de Planejamento e Política do departamento. Ele também enfatizou a importância da confiança mútua entre a polícia e os residentes em promover a segurança.

“Nosso trabalho não é deportar imigrantes”, disse. “Nós assumimos muitas funções e esta é uma que não queremos”.

Mesmo assim, muitos líderes comunitários estão preocupados com a percepção da comunidade sobre a função da polícia como agente da imigração.

“As pessoas irão se esconder. Existe um clima real de medo”, disse Cynthia Mellon, uma organizadora de justiça e ambientalista que não compareceu, mas que foi representada pela “Ironbound Community Corporation”.