Livro defende que reforma imigratória ajudará a economia dos EUA

Por Gazeta News

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Em seu último discurso sobre imigração, o presidente Barack Obama deu especial atenção a casos de imigrantes que estudaram nos Estados Unidos e permaneceram, criando grandes empresas como o Instagram e Intel. Mas o presidente lamentou histórias em que imigrantes estudaram nos Estados Unidos e tiveram que ir embora, por não terem mais um visto para permanecerem legalmente no país. “Esses imigrantes acabam, na verdade, indo para a concorrência”, disse o presidente, em seu discurso em Las Vegas, no dia 29. Essa é justamente a história do indiano Kunal Bahl. Com quase 20 anos, o imigrante deixou Nova Délhi para estudar engenharia na Universidade da Pensilvânia, uma das mais renomadas dos Estados Unidos. De lá, Bahl seguiu para um MBA na escola de negócios Wharton.

Seu currículo consistente o levou para a Microsoft, onde o engenheiro se dedicava ao desenvolvimento de negócios em mercados emergentes. Bahl trilhava uma carreira de sucesso quando foi surpreendido por um revés: em 2007, seu visto de trabalho em solo americano expirou e ele não conseguiu a renovação. Sem a perspectiva de conquistar uma permissão permanente - um green card - no curto prazo, Bahl foi obrigado a voltar para a Índia.

A história de Bahl, porém, tem um final feliz - e irônico. De volta à Índia, ele começou a estudar os modelos de negócio vencedores da internet e lançou, em 2010, o site de compras coletivas Snapdeal, uma espécie de Groupon indiano.

Em três anos, o site já é considerado o líder do comércio eletrônico do país, com 18 milhões de usuários. A cada dia, 25 mil itens são vendidos pelo portal e distribuídos em quatro mil vilas e cidades. A ironia disso tudo é que o único emprego protegido pela imigração americana - a vaga de Bahl na Microsoft - se transformou em 1,5 mil postos criados pela Snapdeal na Índia.

Vivek Wadhwa, professor da Universidade Duke, é um dos mais entusiasmados defensores da teoria segundo a qual os Estados Unidos, para progredir e sair da crise, deveriam facilitar, e não dificultar a entrada e a permanência de estrangeiros altamente qualificados no país.

Wadhwa é um imigrante indiano, formado em ciências da computação pela Universidade de Camberra, na Austrália, e radicado nos Estados Unidos desde a década de 80. Trabalhou em companhias como a Xerox - na época, tida como uma - das mais inovadoras - e abriu duas empresas de software antes de se tornar professor e consultor. Suas ideias são discutidas no livro The Immigrant Exodus (“O êxodo dos imigrantes”, numa tradução livre), que, lançado no fim do ano passado, botou mais ‘lenha ‘em um debate que há anos pega fogo no país.