Los Angeles, NY, Chicago: cidades estão dispostas a perder milhões a mudar leis de imigração

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_131189" align="alignleft" width="300"] Imigrantes protestam contra Trump na Califórnia. Foto Jim Wilson -The-New-York-Times.[/caption]

Em Los Angeles, onde quase metade dos moradores da cidade são latinos, o prefeito Eric Garcetti prometeu fazer tudo que posso para lutar contra as deportações de imigrantes ilegais generalizada.

Em Nova York, com uma grande e diversificada população latina, o prefeito Bill de Blasio prometeu não cooperar com os agentes de imigração. E o prefeito Rahm Emanuel de Chicago declarou que "a cidade será sempre uma cidade santuário."

Em todo o país, autoridades de cidades santuário estão se preparando para se opor o presidente eleito Donald J. Trump se ele seguir adiante com a promessa de campanha de expulsar milhões de imigrantes indocumentados.

As autoridades locais estão prometendo manter a política de limitar leis locais de cooperação com agentes de imigração para aplicação da lei federal, porém,correm o risco de perder milhões de dólares em verba federal que ajuda a pagar os serviços como o combate ao crime e manutenção de abrigos das suas cidades.

Antes da posse de Trump, outras cidades democratas incluindo Boston, Filadélfia e San Francisco, reafirmaram os planos para desafiar a administração e agir como uma espécie de barreira contra deportações em massa.

Os defensores das políticas de imigração mais duras, no entanto, esperam uma resposta rápida do novo governo. Dan Stein, presidente da Federação para Reforma da Imigração Americana, que se opõe à legalização de imigrantes não autorizados, prevê "um suporte muito agressivo, sem barreiras para usar o poder do governo federal para desencorajar este tipo de interferência."

Alguns acreditam que Trump poderia ir até mais longe do que simplesmente bloquear o financiamento federal, talvez alterando as políticas judiciais ou até mesmo processando os líderes das cidades.

Muzaffar Chishti, diretor do Instituto de Política de Migração da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York, explica que cidades "podem não ter o poder de dar às pessoas direitos, mas elas têm um grande poder de resistência, e isso é o que está sendo exibido no momento."

Cooperação dos condados com autoridades federais de imigração

Não há definição legal existente para cidades santuário, e muitos prefeitos não gostam do rótulo, dizendo que é injusto descrevê-las assim por causa da aplicação das políticas da leis locais que não agem como oficiais de imigração.

Os pedidos federais para detenção e entrega de imigrantes indocumentados ao Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security) aumentaram consideravelmente após a administração Obama ampliar nacionalmente o sistema de monitoramento eletrônico em todo o país através da coleta e envio das impressões digitais dos detentos pela polícia local ou estadual para que o Departamento de Imigração realize a verificação nos bancos de dados.

Mais de 500 condados e cidades dos EUA têm algum tipo de política de limitar a cooperação das autoridades com a imigração, de acordo com uma estimativa do Immigrant Legal Resource Center, um grupo de assistência jurídica de defesa em San Francisco e Washington.

O confronto será sentido mais intensamente na Califórnia, lar de 2,3 milhões de um valor estimado de 11 milhões de imigrantes indocumentados do país. O Estado não só permite que imigrantes tirem carteira de motorista, como também oferece a eles bolsas para faculdades, além de conceder licenças profissionais para trabalharem como advogados, arquitetos e enfermeiros.

A lei estadual aprovada em 2014 limita a cooperação dos condados com autoridades federais.

Rick Su, professor de Direito da Universidade de Buffalo, pesquisou sobre a imigração e o governo local, disse que ao menos que Trump aumente o número e alcance todos agentes federais de imigração, "é difícil ver como pode conseguir remoção de 2 ou 3 milhão como proposto, sem ajuda local do estado na identificação e detenção de imigrantes não autorizados suspeitos ".

Fonte: The New York Times