Loucos por chocolate.

Por Gazeta Admininstrator

Além do sentido religioso, a Páscoa tem um significado especial para adultos e crianças que não resistem à tentação de uma das mais consagradas delícias gastronômicas do mundo: o chocolate.

A vontade de comer um chocolate não passa com outro doce. A química que ocorre entre o chocolate e o nosso prazer é especial. O chocolate, segundo alguns pesquisadores, vicia devido a um de seus componentes básicos, o aminoácido feniletilamina, que estimula a produção da serotonina, substância que fabricamos em situações de felicidade e prazer.

Essa substância, também conhecida como hormônio da felicidade, encontra-se diminuída nas tristezas e depressões, e tem sua produção aumentada quando comemos chocolate. Assim sendo, os chamados chocólatras são nada mais que viciados em felicidade e prazer.
O chocolate é, portanto, um produtor de felicidade. E afinal, quem não quer ser feliz? Assim, descobrir o porquê da paixão das pessoas por chocolate é fácil. Ele melhora o humor, a partir da estimulação da produção de serotonina. Além disso, evita a oxidação e a deterioração das células.

Especialistas em nutrição lembram que os “ataques” dos chocólatras costumam ocorrer à noite, quando são comuns as crises de depressão. Há também quem culpe a teobromina, substância do cacau, como a responsável pela “atração fatal” exercida pelo chocolate, e quem aponte a feniletamina, a mesma substância que o cérebro libera quando a pessoa está apaixonada. Sobre o desejo incontrolável por chocolate que algumas mulheres sentem no período pré-menstrual, especialistas afirmam que a causa está relacionada às alterações no nível de hormônios, uma vez que deprimida, a mulher sente vontade de ingerir alimentos com alto teor de gordura. Desejo de chocolate é diferente da vontade de comer geléia, pudim, goiabada, gelatina ou qualquer fruta. Quando o corpo descobre que existe o chocolate, que ao mesmo tempo que dá energia, relaxa as tensões, passa a pedir este alimento, muitas vezes de forma imperativa, fazendo a razão vencer o desejo. Este sinal delata o chocólatra.

Estela Barros conta que só começou a comer muito chocolate já na fase adulta. “Quando me tornei adulta descobri que o chocolate faz um bem imenso, levanta qualquer baixo astral e deixa a gente se sentindo ótima”, diz Estela que, apesar de estar de regime não abre mão de seu “vício”. Para não fugir da dieta, ela coloca um pedacinho de chocolate na boca e fica saboreando durante o máximo de tempo possível. “Todo mundo tem que ter um vício na vida, e o meu é o chocolate. Quando não como dá um tristeza...”, brinca Estela.

Com colesterol alto, ela já foi indicada pelo médico a parar de comer chocolate, mas não obedece. “Falei para o médico, tira qualquer comida do cardápio, mas deixa o chocolate”, conta Estela que costuma brincar: “Chocolate é melhor do que marido porque não fala e dá quase o mesmo nível de serotonina”, ri.

O chocolate contém mais de 300 substâncias químicas diferentes e vários nutrientes necessários ao corpo. Calcula-se que uma barra média contenha: - 3 gramas de proteína - 15% da necessidade diária de riboflavina - 9% da necessidade diária de cálcio - 7% da necessidade diária de ferro. A gordura (manteiga) presente no cacau dá ao chocolate sua textura característica.

Uma barra de 30 gramas de chocolate ao leite possui em média 6mg de colesterol (o maior responsável pelo enfarte cardíaco) e 4mg de gorduras polinsaturadas e monoinsaturadas (que ajudam a nos proteger dos enfartes). Sendo assim, em relação ao colesterol no sangue, o chocolate começa a ser visto com maior benevolência e já não é tão enfaticamente contra-indicado em dietas. Os chocolates dietéticos têm em média as mesmas calorias que os chocolates adoçados com açúcar, e são algumas vezes mais gordurosos. Chocolates diets são indicados para atender ao público diabético e não aos que intencionam comer menos calorias.

Janaina Nascimento come chocolate desde “que se entende por gente”, e diz que a sensação é de pura felicidade. “Não sei se chocolate tira a ansiedade, o que sei é que me satisfaz, fico mais calma e mais tranqüila”, ilustra Janaína.

Ela acredita ser realmente viciada em chocolate e conta, por exemplo, que quando esquece de levar algum chocolate em uma viagem de avião, sente-se mal. “Eu passo mal, me dá agonia. No meu escritório sempre tenho que ter duas barrinhas de chocolate”, conta.

Para ela, no entanto, o hábito de comer chocolate não está relacionado a situações boas ou ruins, de tensão ou relaxamento. “Posso estar triste ou nervosa. Em qualquer situação eu como chocolate”, explica.

Grávida de cinco meses, Alessandra Leme hoje considera-se uma chocólatra moderada. Desde a infância ela trocava qualquer outro doce por um belo prato de brigadeiro para comer de colherada. Mas, com a gravidez, vieram os enjôos e ela descobriu como era a vida sem chocolate. “Tenho muita enxaqueca e às vezes o chocolate bate no estômago e ataca a enxaqueca. Por isso, tenho que saber a hora de comer”, conta.

Pesquisas recentes na Universidade da Califórnia mostraram que o chocolate apresenta níveis elevados de produtos químicos conhecidos como flavonóides e fenólicos - e sabe-se que alguns fenólicos podem diminuir o risco de doenças cardíacas. Recentemente, por exemplo, pesquisas mostraram que doses moderadas de vinho tinto (um cálice por dia) exercem efeitos benéficos sobre o coração e acredita-se que isto se deva exatamente à presença destes compostos na bebida; eles também estão presentes no chocolate.