Lula conclui reforma política com a posse de três novos ministros

Por Gazeta Admininstrator

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu nesta última quinta-feira a reforma ministerial ao dar posse aos novos ministros das Cidades, de Ciência e Tecnologia e da Previdência. Foi a terceira mudança na equipe em dois anos e meio de gestão. Com o PT envolvido na crise política, Lula cedeu mais um ministério para o PMDB (agora são três) e abriu espaço no governo para o PP, que ganhou uma pasta.

Na cerimônia de posse desta quinta, o presidente falou da crise política, reafirmando que quanto mais seriedade nas apurações das denúncias, mais fácil será acreditar que é possível diminuir o desvio de malversação de recursos públicos no país. Diante de vários parlamentares e ministros, Lula disse que o país vive um momento difícil e que ele lamentava muito mais pelo povo do que pela classe política.

- Lamento muito mais as coisas pelo povo brasileiro do que por nós políticos. O Congresso está cumprindo com sua função constitucional e fazendo as investigações que entender que precisa fazer. Quanto mais seriedade houver nas investigações, independentemente de quem quer que seja, estaremos acreditando que é possível diminuir os desvios de dinheiro público no país. E fazer com que os homens públicos possam se transformar em pessoas que tenham credibilidade junto à opinião pública - discursou.

Ao se referir aos novos ministros, Lula avisou que eles vão entrar num jogo nada fácil.

- O jogo é um jogo muito forte. Da nossa parte a resposta a tudo isso que está acontecendo será trabalho, trabalho e mais trabalho.

Lula também fez questão de chamar o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, por duas vezes de "companheiro Severino". Foi o presidente da Câmara quem indicou Márcio Fortes de Almeida para o Ministério das Cidades. Ele disse que entre 43 e 45 dos 55 deputados do PP continuarão dando sustentação ao governo Lula, mas afirmou que "não pode fazer milagre".

- Não vamos fazer milagre, mas vamos continuar dando sustentação ao governo Lula. O presidente sabe que conta com o PP. Não vejo razão nenhuma para ter risco para o governo. A coisa (as denúncias) está situada em determinados setores. Vamos punir todos aqueles que sejam culpados. Ninguém vai ficar impune. Se tiver que perder mandato ou ser processado pela Justiça... Não iremos botar a mão em cima de ninguém - afirmou.

Também tomaram posse nesta quinta os ministros Nelson Machado, no lugar de Romero Jucá na Previdência, e Sérgio Rezende, em substituição a Eduardo Campos, na Ciência e Tecnologia. Outra mudança já decidida por Lula somente será formalizada na próxima quarta-feira com a posse de Fernando Haddad no Ministério da Educação. Atual secretário-executivo da pasta, ele vai substituir Tarso Genro, que assumiu a presidência do PT.