Madrasta de Isabella fica isolada em prisão

Por Gazeta Admininstrator

Anna Carolina Jatobá, 24, madrasta da menina Isabella Nardoni, 5, foi transferida na manhã desta quinta-feira para a Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru (zona norte de São Paulo), onde ficará separada das outras detentas. Acusados pela morte da criança, Anna Carolina e o marido, Alexandre Nardoni, 29, foram presos na noite de ontem (7), horas depois de o juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de Santana, decretar a prisão preventiva.
Inicialmente, a madrasta de Isabella foi levada para a carceragem feminina do 97 DP (Americanópolis, zona sul), onde passou a madrugada sozinha em uma cela. Por volta das 10h, ela foi transferida para a penitenciária.
Na unidade, as presas ficam no chamado regime de observação --isoladas das outras presas-- por dez dias. A Secretaria da Administração Penitenciária não confirma se Anna Carolina permanecerá separada após o prazo.
Ontem, a delegada Renata Pontes, que investigou a morte de Isabella, disse que as detentas ameaçavam se rebelar caso Anna Carolina fosse encaminhada para a Penitenciária Feminina. A secretaria, responsável pela unidade, não confirma.
Alexandre Nardoni permanece preso na carceragem do 13º DP (Casa Verde, zona norte), onde há celas para homens com curso superior completo. Ele passou a noite sozinho na cela, que tem cerca de dois metros quadrados e um colchão.
Defesa
A expectativa é de que a defesa apresente ainda hoje o pedido de habeas corpus para o casal, que passou a ser réu no processo da morte de Isabella.
De acordo com o advogado Rogério Neres de Sousa, um dos três que representam o casal, a defesa deve se reunir hoje e, com base na decisão do juiz, elaborar o pedido de liberdade.
Crime
Alexandre e Anna Carolina são acusados pela morte de Isabella, que foi asfixiada e jogada do apartamento do casal --no sexto andar do edifício London (zona norte de São Paulo)-- na noite de 29 de março. O casal nega o crime e atribui o assassinato a uma terceira pessoa --assaltante ou desafeto--, que teria invadido o apartamento
Para o promotor Francisco Cembranelli, Isabella foi asfixiada pela madrasta e jogada do apartamento pelo pai. Na denúncia, entregue terça-feira (6) à Justiça, Cembranelli também responsabiliza o casal por fraude processual --por ter alterado a cena do crime.
Ele aponta como provas contra o casal laudos periciais e versões de testemunhas --durante as investigações, mais de 60 pessoas foram ouvidas.