Mãe de americana faz apelo à comunidade brasileira

Por Gazeta News

martha wright

Depois de contar sua história aos jornais americanos em julho, Martha Wright, cuja única filha foi morta em um acidente de carro causado por uma brasileira, resolve recorrer à comunidade em busca de conscientização e justiça.

Martha demonstra, na carta, a dor que sente pelo fato de a brasileira Daniela Torres, de 24 anos, ter fugido para o Brasil sem pagar pelo crime que cometeu. Em 21 de agosto de 2008, Daniela estava embriagada e bateu no carro de Deborah G. Peterson, que morreu junto com o passageiro e seu amigo, James Carr. Um terceiro passageiro, Calvin Braggs, sobreviveu. No entanto, antes de seu julgamento, Daniela foi para o Brasil.

Veja alguns trechos da carta enviada à comunidade brasileira: “Desde que recebi a notícia da morte de minha filha eu tentei procurar a Justiça. Nos últimos cinco anos, tenho ido continuamente ao escritório do Condado de Palm Beach State Attorney para obter informações e a maneira como fui tratada por eles é devastadora. Como mãe, sinto que estou sendo punida pela morte prematura de minha filha pelo sistema judicial.

As datas da corte foram constantemente adiadas até agosto de 2012, quando recebi um telefonema do escritório do condado de Palm Beach State Attorney com a informação que Daniela Torres deixou os Estados Unidos e fugiu para o Brasil.

Eu fui deixada sem nenhuma escolha a não ser lamentar a morte da minha filha com a sensação de que a assassina jamais seria entregue à Justiça. Muitas vezes eu me pergunto por que essa jovem brasileira deixaria este país no qual veio desfrutar de suas liberdades e, em seguida, fugir para escapar da responsabilidade por suas ações.

Estariam os brasileiros aqui apenas usando os Estados Unidos como a terra da oportunidade e depois correr de volta para o Brasil? Parece que sim. Sem saber mais no que pensar, decidi me conectar com a comunidade brasileira no Sul da Flórida.

“Não pode ser que todos os brasileiros sejam más pessoas, e que todos eles devam ser julgados pelas ações desta jovem. Mas ela não é a única brasileira a fugir quando confrontada com a acusação”.

Martha continua a carta dizendo que não terá paz até que essa brasileira seja trazida à Justiça. “Se vocês se preocupam com suas próprias famílias e da liberdade de que gozam nos EUA, vocês devem cuidar para que haja uma conscientização entre as pessoas e as autoridades”.

Martha acredita que, dados outros casos parecidos, imigrantes brasileiros têm que esperar pelo julgamento na cadeia, uma vez que o Brasil não extradita seus cidadãos.

Ela cita outros casos conhecidos nos quais brasileiros fugiram da Justiça americana, como de Claudia Hoerig, de Ohio, acusada de matar o marido, e David Brito, ex-policial Boynton Beach, enfrentando acusações de tráfico de drogas.

Casos como esses “acabaram dando motivos aos membros do Congresso dos EUA para propor e negar ao Brasil ajuda externa e bloquear contratos de defesa para as empresas brasileiras. Esta pressão vai aumentar à medida que mais brasileiros optarem por esta via, para evitar a Justiça.

“Se vocês tem alguma informação sobre o paradeiro de Daniela Torres, por favor, alerte as autoridades apropriadas. Se vocês se preocupam como sua comunidade será tratada em nossos tribunais, aja, tome uma ação, porque da próxima vez, pode ser que seu ente querido tenha negado o direito à fiança por um crime simplesmente porque existe o risco de que ele possa fugir de volta para o Brasil”.