Mãe de vítima fatal culpa Justiça por fuga de brasileira

Por Gazeta News

Daniela Torres

Uma mãe com o coração despedaçado, cuja única filha foi uma das duas vítimas fatais em um acidente de carro, que teria sido causado por uma brasileira, pergunta-se como autoridades deixaram que ela fugisse para o Brasil. As informações são do “Sun Sentinel”.

Martha Wright culpa os promotores e o juiz por deixarem que Daniela Torres, de 24 anos, de Fort Lauderdale, fugisse do país no ano passado, enquanto esperava pelo seu julgamento de homicídio por DUI no condado de Palm Beach.

Conforme o quinto aniversário da morte da filha de Wright, Deborah Peterson, de 44 anos, e James Carr, de 42 anos, se aproxima, Wright diz: “Eu vou lutar até morrer, até que eu consiga a justiça”.

Torres continua foragida desde que embarcou em um voo para o Brasil, em 15 de agosto de 2012, enquanto esperava pelo julgamento de seu papel no acidente, no dia 21 de agosto de 2008, que aconteceu na Interstate 95, em Boca Raton, de acordo com documentos do tribunal federal em West Palm Beach.

Em fevereiro de 2009, Torres se entregou às autoridades. Mais tarde, ela foi libertada da prisão ao pagar $50 mil dólares de fiança. Como condição de sua liberdade, a brasileira foi obrigada a submeter-se a testes de drogas e álcool e não tinha a permissão de sair dos condados de Palm Beach, Broward ou Martin. Mas ela nunca foi obrigada a entregar seu passaporte, mostram os registros do tribunal.

Respondendo às queixas de Wright sobre o desaparecimento de Torres, procuradores do Condado de Palm Beach instituíram uma nova regra para evitar que suspeitos em acidentes mortais desapareçam no exterior enquanto em liberdade sob fiança. O então procurador estadual do condado de Palm Beach exigiu que todos os promotores solicitassem os passaportes em casos de homicídio de trânsito. O acidente Cerca de 3am no dia do acidente, Torres dirigia na I-95, ao norte de Hillsboro Boulevard, e quando foi mudar de pista bateu na traseira do Mercury 1993 que Carr dirigia, dizem os investigadores. Peterson e Carr morreram e uma terceira pessoa, Calvin Baggs, agora com 49 anos, foi jogado para fora do carro, mas sobreviveu.

Torres foi acusada em exames toxicológicos de que ela tinha um nível de álcool no sangue de 0,155%, quase o dobro do limite legal, segundo o boletim de ocorrência. Torres, então com 19 anos, se declarou inocente das acusações de homicídio culposo por DUI.

Em um caso semelhante,  Alyza Russell, que é acusada de atropelar e matar dois homens em Fort Lauderdale com o Porsche de sua mãe, no dia 13 de junho, enfrenta acusações de homicídio culposo por DUI. Mas, ao contrário de Torres, uma das exigências feitas a Russell foi que entregasse  seu passaporte durante a audiência no tribunal de primeira aparição no início do mês. Os investigadores disseram que ela tinha planos de ir para a Irlanda. Política de passaportes para réus com outra cidadania A nova política de passaporte do Procurador do Estado traz pouco alívio para Wright e outros parentes que também querem propor legislação para exigir automaticamente que o passaporte seja entregue em casos criminais envolvendo um réu que tem cidadania fora dos Estados Unidos.

Wright defende uma regra em  vigor em todo o estado: juízes avaliam se um réu pode desaparecer para evitar a cadeia, com base em laços comunitários e na gravidade do caso. Os réus podem sair da cadeia, algumas vezes com o pagamento de fiança, mas muitas vezes sob limitações de viagens e outras restrições.

Cerca de duas semanas depois que o FBI disse que Torres fugiu, seu advogado de defesa, Jeffrey Weiner, notificou um promotor que havia perdido contato com sua cliente. Weiner descreveu Torres como uma estudante excelente que era “muito arrependida e tinha muito medo, como qualquer um teria sob estas circunstâncias”.