Maior estudo global de vacinas contra COVID-19 testa 30 mil voluntários nos EUA

Por Arlaine Castro

Voluntário recebe vacina contra a Covid-19 da empresa Moderna, em Seattle, foto de 16 de março — Foto AP Photo-Ted S. Warren
[caption id="attachment_202811" align="alignleft" width="244"] Voluntário recebe injeção da empresa Moderna, em Seatte em foto de 16 de março — Foto: AP Photo/Ted S. Warren.[/caption] O maior estudo global de vacinas COVID-19, desenvolvida pelos Institutos Nacionais de Saúde e Moderna Inc., começou sua última fase de testes nesta segunda-feira,27. Serão 30 mil voluntários em 87 lugares diferentes dos Estados Unidos, inclusive na Flórida, até meados de outubro. Nessa fase de testes, os voluntários serão divididos em dois grupos: um que vai receber a injeção real em duas doses e o outro que vai receber a mesma dosagem da versão falsa- o placebo, para servir como base de comparação. Após as duas doses, os cientistas acompanharão de perto qual grupo experimenta mais infecções à medida que seguem suas rotinas diárias, especialmente em áreas onde o vírus ainda está se espalhando sem controle. "Infelizmente para os Estados Unidos da América, temos muitas infecções no momento para obter uma resposta, disse recentemente o Dr. Anthony Fauci, do NIH, à Associated Press. Várias outras vacinas fabricadas pela China e pela Universidade Britânica de Oxford no início deste mês começaram testes menores na fase final no Brasil e em outros países atingidos.

Em todo o mundo, cinco candidatas à vacina estão na fase 3 de estudos, de acordo com um balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS). É somente depois desta prova, em um número maior de participantes, que uma vacina pode ou não ser licenciada e liberada para a comercialização. São elas:

  • Sinovac (China)
  • Instituto Biológico de Wuhan/Sinopharm (China)
  • Instituto Biológico de Pequim/Sinopharm (China)
  • Oxford/AstraZeneca (Reino Unido)
  • Moderna/NIAID (EUA)
EUA contra a Covid-19 Mas os EUA exigem seus próprios testes de qualquer vacina que possa ser usada no país e estabeleceram um nível alto: todos os meses até o outono, a Rede de Prevenção COVID-19, financiada pelo governo, lançará um novo estudo de uma candidata importante - cada vacina terá 30.000 voluntários recém-recrutados. Os estudos maciços não servem apenas para testar se as vacinas funcionam - eles são necessários para verificar a segurança de cada potencial vacina. E, seguindo as mesmas regras de estudo, os cientistas poderão comparar todos os planos. Em agosto, inicia-se o estudo final da vacina de Oxford, seguido de planos para testar uma candidata da Johnson & Johnson em setembro e da Novavax em outubro - se tudo correr conforme o cronograma. A Pfizer Inc. planeja seu próprio estudo com 30.000 pessoas ainda neste verão. "É um número impressionante de pessoas necessárias para arregaçar as mangas para a ciência. Mas nas últimas semanas, mais de 150.000 americanos preencheram um registro de sinalização de interesse on-line", de acordo com o Dr. Larry Corey, virologista do Instituto de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle, que ajuda a supervisionar os locais do estudo. "Esses testes precisam ser multigeracionais, precisam ser multiétnicos, refletem a diversidade da população dos Estados Unidos", disse Corey em uma reunião de vacinas na semana passada. Ele ressaltou que é especialmente importante garantir participantes negros e hispânicos em número suficiente, pois essas populações são atingidas pela COVID-19. Essa última fase de testes da Moderna visa provar se a vacina é realmente eficaz e segura, ou seja,se garante a imunidade, previne a infecção e não causa efeitos colaterais severos nas pessoas vacinadas. Normalmente, leva anos para criar uma nova vacina a partir do zero, mas os cientistas estão estabelecendo recordes de velocidade desta vez, estimulados pelo conhecimento de que a vacinação é a melhor esperança do mundo contra a pandemia. Nem sequer se sabia que o coronavírus existia antes do final de dezembro, e os fabricantes de vacinas entraram em ação em 10 de janeiro, quando a China compartilhou a sequência genética do vírus. Com informações da Associated Press.