Maior roubo de identidade da história tinha conexões em Miami

Por Gazeta Admininstrator

Por: Letícia Kfuri, com agências.

Autoridades norte-americanas indiciaram 11 pessoas suspeitas de envolvimento no roubo de informações sobre cartões de crédito no maior caso de roubo de identidade da história do País.

Os 11 - de cinco países diferentes - são acusados de roubar mais de 40 milhões de números de cartões de débito e crédito e depois vendê-los em uma “cons-piração internacional”.

Eles teriam invadido sistemas de computadores usados por comerciantes e bancos para instalar softwares que lhes davam acesso a dados confidenciais.

Para constrangimento do Serviço Secreto norte-americano, encarregado de investigar vários casos de fraude eletrônica, as investigações apontaram para um dos informantes do Serviço. Albert Gonzalez, de Miami, é apontado como o líder do grupo, e teria trapaceado o Serviço Secreto vazando informações para seus corparsas. De acordo com a Promotoria estadual, González poderá enfrentar pena máxima de prisão perpétua.

Outros dois residentes de Miami, Christopher Scott e Damon Patrick Toey, de acordo com o jornal Los Angeles Times, também foram apontados como participantes da quadrilha, mas não foram indiciados, o que, de acordo com o jornal, sugere que eles poderão estar cooperando e deverão declarar-se culpados.

Entre as lojas que tiveram seus sistemas invadidos, estavam redes populares como a TJ Maxx e a Barnes &Noble. Além destas também tiveram seus dados invadidos por hackers a Sport Authority, BJ’s Wholesale Clube, Office Max, Boston Market, Forever 21, DSW e Marshalls.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos definiu o golpe como “o maior e mais complexo caso de roubo de identidade” a resultar em acusações formais.

Segundo o departamento, o caso provocou prejuízos “generalizados” entre bancos, comerciantes e consumidores comuns.
- Este caso destaca a nossa crescente vulnerabilidade ao roubo de informações pessoais - afirmou o secretário de Justiça dos EUA, Michael Mukasey.

A falha no sistema foi descoberta pela empresa TJX Cos., proprietária da TJ Maxx e da Marshalls, no final de 2006, e anunciada no início do ano seguinte. A mesma falha foi descoberta também pela varejista de sapatos DSW, que contactou agentes federais e colocou um alerta em seu website. “A empresa contratou uma empresa de segurança de computadores para investigar a brecha”, disse a porta-voz Debbie Mitchell.

Algumas outras empresas, no entanto, não tinham conhecimento da invasão de hackers em seus sistemas, até a terça-feira(5) e, por isso, não haviam notificado seus clientes do possível roubo de dados e identidade. A porta-voz da Barnes & Noble, Mary Ellen Keating, disse que a empresa “não havia recebido nenhuma reclamação de empresas de cartão de crédito e nem de clientes”.

A “ponta do iceberg” apareceu quando um grupo de fraudadores foi preso, no ano passado, revelando a invasão aos computadores da TJ Maxx. Eles foram flagrados tentando fazer compras no Wal-Mart, utilizando um cartão de crédito falso, que havia sido codificado com números de uma conta roubada de um cliente da TJ Maxx. As investigações levaram a transações irregulares envolvendo milhões de dólares.

Dois chineses, que estão entre os vários envolvidos foram denunciados por fornecer cartões de crédito em branco, que eram codificados com as informações roubadas das lojas.

Os maiores suspeitos são o ucraniano Maksym Yastremskiy, acusado de vender números de cartões de crédito por mais de $10 milhões, e Aleksandr Suvorov, da Estônia, acusado de fornecer os números a Yastremskiy. Um outro homem conhecido como Delpiero é acusado de tráfico de equipamentos.
São também acusados de conspiração para tráfico de números roubados de cartões, Sergey Pavlovich, de Belarus, Dzmitry Burak e Sergey Storchak, ambos da Ucrânia.

As empresas que foram alvo do roubo de informação anunciaram que estão notificando seus clientes, de diversas formas, sobre o roubo de identidade, a exemplo de avisos em websites, cartas, e avisos nas lojas.
A Federal Trade Comission (Comissão Federal de Comércio) informa em sua webpage uma série de orientações sobre como evitar o roubo de identidade, e o que fazer caso sua identidade seja roubada. O endereço na internet é www.ftc.gov. Escolha o link “Identity Theft na coluna “Quick Finder”. A Página está disponível também em Espa-nhol.

O que fazer:
1 – Entre em contato com os três bureaus de crédito e coloque um alerta de fraude em seu credit report (relatório de crédito). Os bureaus de crédito são Equifax (1800-525-6285), Experian (1888-397-3742) e Trans-Union (1800-680-7289);
2 – Encerre as contas que você sabe, ou acredita que estejam sendo utilizadas de forma fraudulenta, incluindo contas bancárias e de cartões de débito e crédito. Antes de encerrar a conta, informe o departamento de segurança ou de fraudes do banco e/ou da operadora de cartão de crédito o motivo pelo qual está encerrando a conta. Nestes casos, não basta apenas fechar a conta, é preciso deixar claro que você foi vítima de uma fraude;
3 – Apresente uma reclamação à Federal Trade Comission;
4 – Faça um boletim de ocorrência na região onde o roubo de identidade, ou de dados, ocorreu. Você precisará levar a cópia da reclamação feita à Federal Trade Comission.