Maior vigilância e crise financeira diminuem imigração para os EUA

Por Gazeta Admininstrator

Os problemas econômicos e o aumento das medidas de vigilância levaram a uma queda na imigração para os Estados Unidos no ano passado, segundo números do último censo americano.

Em 2007, cerca de 500 mil imigrantes se juntaram à população de americana, três vezes a menos que os 1,8 milhão de 2006.

Calcula-se que a população imigrante dos EUA, incluindo a que vive no país ilegalmente, seja de aproximadamente 38 mi-lhões de pessoas, ou seja, 12,7% do total.

Mais da metade desses 38 milhões de imigrantes é de latino-americanos e um terço, asiáticos, de acordo com o censo.

Os números também indicam que em um em cada cinco lares americanos fala-se outro idioma, além do inglês.

Uma análise da edição online do jornal “USA Today” indicou que os imigrantes vão para os centros de maior atividade econômica e fogem das regiões mais congestionadas.

Isto coincide com o comportamento geral da população que procura cidades menores, afastadas das regiões litorâneas e, principalmente, no sul e sudeste do país.

Como resultado, durante 2007 os maiores fluxos de imigrantes ocorreram nos estados da Carolina do Norte, da Carolina do Sul e do Texas.

A imigração diminuiu em 14 estados e, em particular, no Novo México, que até há alguns anos era atraente para os imigrantes.

“Agora, a geografia está vinculada mais do que nunca à atividade econômica”, disse o demógrafo William Frey, do Brookings Institution, um centro de estudos econômicos, sociais e políticos que analisou os dados.

Os EUA continuam sendo um ponto atrativo para muitos que buscam um me-lhor horizonte econômico, fator que ficou exposto nos últimos anos como conseqüência de um bom momento no setor da cons-trução, acrescenta.

No entanto, este auge terminou em meados de 2007 e, a partir desse momento, começou a diminuir o número de imigrantes que vinham para trabalhar no setor.

“Quando a economia parece estar em decadência e afeta, principalmente, os setores de construção, vendas no varejo e serviços, parecem ser menos atrativos para os imigrantes”, acrescentou Frey.

O aumento na fiscalização a imigrantes também aumentou em muitos estados e o tratamento judicial aos empregadores que dão trabalho a pessoas em situação ilegal ficou mais rigoroso.

Os números sobre imigração foram retirados do relatório de 2007 da Comunidade dos EUA, um estudo anual de cerca de três milhões de lares americanos.

Fontes do Censo disseram que como os cálculos vêm de um estudo limitado, cada um tem uma margem de erro.

No entanto, os cálculos da tendência para uma redução dos fluxos de imigrantes ao país são bastante precisos.

Até o ano passado, o problema da imigração ilegal tomou conta do debate político nos EUA. Inclusive, o senador John McCain, atual candidato à Presidência do país pelo Partido Republicano, promoveu sem sucesso um projeto de reforma.

Porém, a poucas semanas das eleições de novembro e no meio de uma crise econômica e financeira, o problema ficou relegado a um segundo plano.