Mais de 2 mil brasileiros com imóveis em Miami não declararam à Receita

Por Gazeta News

[caption id="attachment_139734" align="alignleft" width="360"] Imagem: Pixabay.[/caption]

Milhares de brasileiros que possuem imóveis no exterior, não declararam os bens no Brasil, de acordo com a Receita Federal. Desses, foram identificados 2,1 mil brasileiros que adquiriram imóveis em Miami em 2015 por meio de empresas limitadas, mas que não foram declarados no imposto de renda.

Ao apresentar na terça, 18, um balanço das fiscalizações feitas pela Receita no primeiro semestre de 2017, o subsecretário de Fiscalização da Receita Federal, Iágaro Jung Martins, afirmou que esses proprietários serão alvos de fiscalização a partir de agosto, quando termina o prazo de adesão do Regime de Regularização Cambial e Tributária.

Segundo Martins, os brasileiros são responsáveis por 12% de todas as aquisições de imóveis em Miami. “Em 2015 os brasileiros adquiriram $ 730 milhões de dólares em imóveis nos Estados Unidos. É um valor médio de aquisição de R$ 766 mil, e 43% desses imóveis foram adquiridos por meio de sociedades limitadas, e não foram declarados no imposto de renda”, informou.

Um dos detalhes que chamaram a atenção dos auditores brasileiros é que 75% desses imóveis foram pagos à vista, em dinheiro.

Em 2015 e 2016, os brasileiros compraram 6.446 imóveis nos Estados Unidos, representando 3% do total de investidores estrangeiros que adquiriram casas ou apartamentos no país, segundo dados da Profile of International Activity in U.S. Residential Real Estate, organizados pela National Association of Realtors.

Troca de dados entre países

A identificação dos imóveis foi possível porque o Brasil faz parte de um grupo de 100 países que integram a Convenção Multilateral para Troca de Informações entre Países. “Os países que já aderiram a essa convenção trocam informações de forma automática. Se algum brasileiro tiver patrimônio em algum desses países, a Receita Federal no Brasil recebe essa informação de forma automática. Podemos afirmar que muitos dos países que eram paraísos fiscais já aderiram ao programa. Ou seja, para fins tributários, o mundo passa a ser um mundo sem fronteira”, destacou o subsecretário.

“A partir dessas informações e de trabalhos feitos por auditores, estão sendo identificados contribuintes que não entraram na repatriação que estão sendo monitorados. Quem não declarou esses valores terá de pagar os tributos”, disse o subsecretário. “O valor do imóvel será contabilizado como renda. Agora estamos esperando terminar o prazo de adesão ao Regime de Regularização, em 31 de julho. Se não aderirem, iniciamos a fiscalização em agosto”, acrescentou.

Com informações da Agência Brasil.