Mais de 250 continuam desaparecidos em Brumadinho

Por Gazeta News

barragem brumadinho Foto Divulgação Cemig - Copy
[caption id="attachment_179990" align="alignleft" width="442"] Foto: Divulgação/Cemig[/caption] Com número alto de mortes e de desaparecidos, além da contaminação de solo e água, o rompimento da barragem da mineradora Vale, na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 25, representa o maior acidente ambiental e também de trabalho ocorrido no país. O mar de lama, com cerca de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, varreu a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão pessoas que moravam no entorno e funcionários da mineradora. Até a tarde desta quinta-feira, 31, os números totalizam 99 mortos confirmados, sendo 57 identificados, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais. Há ainda 257 desaparecidos – 106 funcionários da Vale e 170 terceirizados ou moradores da região de Brumadinho. O número de desalojados subiu de 135 para 175, segundo o governo de Minas Gerais. A Vale estima que havia cerca de 300 empregados no local no momento em que a barragem se rompeu. A Mina Córrego do Feijão tem 613 empregados diretos e 28 terceirizados, que trabalham em 3 turnos de 24 horas, nos 7 dias da semana. Editorial: Brumadinho – O rastro de destruição que se repete De acordo com o Corpo de Bombeiros, os sobreviventes só foram encontrados até o dia seguinte ao rompimento e cada dia que passa é muito pequena a possibilidade de achar alguém vivo. “As buscas pelas vítimas seguem agora com maquinário mais pesado devido à densidade da lama que está secando e torna o trabalho ainda mais difícil”, diz o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara. Trezentos e vinte militares brasileiros trabalham na operação, com reforços de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Alagoas e Maranhão. Também são esperadas tropas de Santa Catarina e do Espírito Santo. A equipe de 136 militares enviada pelo governo de Israel deve continuar nos trabalhos até sexta-feira, dia 1º. Multas e prisões Só de multas pelo acidente, a Vale soma pelo menos R$ 500 milhões. O Ibama a multou em R$ 250 milhões, o governo do Estado em R$ 99 milhões, a prefeitura de Brumadinho em R$ 100 milhões e a prefeitura de Juatuba, cidade a 27 quilômetros de distância de Brumadinho, onde ocorreu o rompimento da barragem, multou a empresa em R$ 50 milhões. ONU pede que Brasil priorize avaliação de segurança de barragens Cinco engenheiros que atestaram a segurança da barragem foram presos por homicídio qualificado. Também, investidores da Vale em Nova York estão processando a empresa sob alegação de que a mineradora mentiu ou omitiu informações sobre suas operações, causando a eles enormes perdas financeiras. As ações da mineradora desabaram 24,5% na bolsa brasileira, o que representou uma perda de mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado - a maior na história do país. A Vale fechou 2018 com valor de R$ 263 bilhões. O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, anunciou que a empresa pretende “acabar” com 10 barragens que, como a que se rompeu em Mariana (MG) em 2015 e essa agora, em Brumadinho, não estão em operação, mas são mantidas com rejeitos. Elas serão esvaziadas ou integradas ao meio ambiente em um período de três anos, com um investimento de R$ 5 bilhões.