A crise financeira global, iniciada há mais de um ano, que já jogou a economia de diversos países em recessão - inclusive os EUA - já afetou o bolso de 63% dos americanos, segundo pesquisa Washington Post-ABC News, divulgada pelo diário americano “The Washington Post”.
Segundo a reportagem, a parcela dos americanos que já tiveram perdas financeiras causadas pela crise superou a dos que sentiram os efeitos da recessão de 1991, que chegou a 53%. Mais da metade dos entrevistados para a pesquisa disse que suas famílias já sofreram perdas ligadas ao declínio nas Bolsas de Valores, e quase metade disse estar insegura sobre a possibilidade de suas economias se manterem no nível necessário até que possam se aposentar.
Mais de duas em cada dez pessoas ouvidas pela pesquisa disseram que temem perder o emprego no próximo ano - a maior proporção já registrada em pesquisas similares realizadas, desde 1975. A pesquisa mostrou ainda que 66% dos entrevistados disseram estar preocupados sobre a possibilidade de conseguirem manter seu padrão de vida atual. Quase dois em cada dez entrevistados afirmaram ter perdido o emprego ou ter algum parente que perdeu o emprego nos últimos meses - só no mês passado foram eliminadas 533 mil vagas no mercado de trabalho dos EUA; desde o início da recessão, em dezembro de 2007, o número de pessoas desempregadas aumentou em 2,7 milhões.
Além disso, mais de 25% dos entrevistados afirmou que seus salários ou o número de horas de trabalho tiveram redução, e cerca de 15% informou já ter ficado ao menos um mês no último ano com pagamentos atrasados de aluguel ou hipoteca.
Cerca de dois terços dos entrevistados disseram apoiar novos planos de gastos federais para estimular a economia - mas, quando questionados sobre se apoiariam mais gastos mesmo que isso ampliasse o déficit no Orçamento do país, o apoio cai para 47%. Quase nove em cada dez americanos dizem estar preocupados dobre o tamanho do déficit federal, segundo a pesquisa.
Mais da metade - 55% - dos entrevistados disseram que o presidente eleito, Barack Obama, terá um bom início de governo na área econômica, tema considerado o principal do país pela maioria dos americanos, segundo o “Washington Post”. Na terça-feira, 23% dos americanos disseram aprovar a forma como o presidente dos EUA, George W. Bush, vem lidando com a economia.
Quase metade dos entrevistados disse estar preocupado com a possibilidade de não conseguir arcar com os custos de um plano de saúde para suas famílias e quase quatro em cada dez diz se preocupar se vai conseguir pagar pela calefação doméstica neste inverno.
O consumo vai ser afetado pelo clima de temor sobre a economia, segundo a pesquisa: 57% dos entrevistados disseram que vão gastar menos na compras de Natal neste ano - maior proporção já registrada em pesquisas similares realizadas desde 1985.
A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 11 e 14 e ouviu 1.003 pessoas. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.
