Dez pessoas de quatro países diferentes estavam sob a custódia federal, depois que um barco suspeito de tráfico humano chegou à costa da rica cidade de Manalapan, na altura de Boyton Beach, na madrugada do dia 22, de acordo com as autoridades de fronteira. No dia 23, nove cubanos chegaram à praia em frente ao condomínio Mar Azul, em Key Biscayne. As informações são do “Sun Sentinel” e “El Nuevo Herald”.
Dos imigrantes que chegaram a Manalapan, no condado de Palm Beach, nenhum tinha qualquer documentação para entrar nos EUA legalmente, dois deles eram cubanos, dois jamaicanos, cinco haitianos e um do Sri Lanka, disse o agente da patrulha fronteiriça Frank Miller, que acredita que o barco tenha vindo das Bahamas. Em Key Biscayne, residentes curiosos filmaram e fotografaram quando os cubanos saíram da embarcação precária na qual chegaram, depois de uma travessia de dez dias, segundo informaram às autoridades, que foram rapidamente acionadas.
Estas apreensões marcam mais uma série nos números crescentes de operações de contrabando marítimo, de acordo com funcionários com Border Patrol e da Guarda Costeira dos EUA. Embora os cubanos que chegaram ao condado de Miami afirmem terem chegado sozinhos, o Border Patrol não descarta a possibilidade que eles tenham sido contrabandeados assim como o grupo que chegou a Palm Beach.
A lei federal permite que os cubanos que cheguem em terra, nos EUA, tornem-se residentes permanentes e consigam um caminho para a cidadania. Os outros casos serão considerados individualmente, Miller disse.
Sob a lei federal de imigração anunciada após o terremoto do Haiti de 2010, os haitianos que não têm antecedentes criminais graves podem pedir para ficar nos EUA.
Operações sofisticadas
As operações de contrabando são facilitadas por organizações criminosas, disse Miller, acrescentando que elas utilizam vigias em terra, na tentativa de manter o controle sobre as atividades de aplicação da lei na fronteira. “Estes são eventos planejados, coordenados por organizações muito sofisticadas, até um ponto onde eles contam com vigilância no lado dos EUA”, disse Miller.Os contrabandistas têm instruções muito específicas para a sua carga humana, disse ele. Elas deixam marcas, como algo colocado em uma palmeira, ou uma caixa ou algum outro objeto na praia, como um sinal para os ocupantes de um barco. Um veículo, muitas vezes, espera pelos imigrantes.
O número de haitianos que tenta atingir o sul da Flórida de barco provavelmente está aumentando por causa do clima político e econômico que piora por lá, disse um líder comunitário haitiano proeminente no sul da Flórida.
Números
A preocupação maior é causada pelo que o capitão do U.S. Coast Guard, Mark Fedor, descreve como uma tendência em ascensão do número de imigrantes sendo interceptados desde 2009.
O número de haitianos interceptados neste ano fiscal atingiu 5.400 em comparação com 4.350 no ano passado, disse Fedor. O número de cubanos presos atingiu 3.600 desde o início deste ano fiscal em outubro de 2013, em comparação com 2.120, no ano passado.
Além das condições perigosas dos barcos que fazem a travessia, há outros fatores que fazem a viagem tão perigosa. Mesmo depois de conseguir chegar, muitas vezes os imigrantes são atirados ao mar sem coletes salva-vidas antes de chegar à costa.
“Se nós não interditarmos, você pode acabar desaparecendo no mar”, disse Fedor. “Se você está pensando em imigrar, não vale a pena colocar a sua vida nas mãos desses traficantes sem escrúpulos”.