Mais uma vez, Trump consegue virar o centro das atenções

Por Gazeta News

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Mais uma vez, Donald Trump conseguiu o que queria: atenção. Conforme disse uma ouvinte de rádio, ao comentar a proposta do pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, isso demonstra que ele não quer ser presidente. Como disse um editorial da “CNN”, esta semana, ele conseguiu confirmar também que não é um candidato sério à presidência. Os Estados Unidos estão lidando com o pior ataque terrorista no país desde 11 de setembro de 2001. Trump sabe que ele pode explorar essa dor politicamente e seus conselheiros dirão que quando ele fala duro, ele sobe nas campanhas.

O próximo presidente dos EUA deve considerar a radicalização dos americanos muçulmanos como uma questão importante em relação à segurança nacional dos EUA. Ele deverá ter em mente também que a segurança nacional é mais importante do que a imigração muçulmana. A estratégia de comunicação do Estado Islâmico em relação aos muçulmanos americanos, menos vulneráveis aos jihadistas que os muçulmanos europeus, por exemplo, é conquistá-los.

Um estudo recente do programa sobre extremismo da George Washington University, intitulado “ISIS in America”, revela que mais de 250 americanos quiseram se unir ao grupo terrorista e 56 indivíduos foram presos este ano por atividades relacionadas ao ISIS – um grande aumento em relação a atividades terroristas em anos anteriores.

Ainda de acordo com o estudo, a autorradicalização é uma das maiores ameaças. O FBI tem, no momento, 900 investigações em andamento contra o extremismo violento de casos ligados ao ISIS. Ou seja, a ameaça maior à segurança nacional e o apoio ao ISIS nos EUA não vem da imigração ou dos refugiados, mas de pessoas que estão dispostas a mudar o próprio comportamento porque concordam com as ideias e propaganda do ISIS e outras organizações.

Os maiores casos de terrorismo nos EUA mostram que os terroristas de San Bernardino não eram conhecidos pelas autoridades, um deles era uma mulher, os terroristas da Maratona de Boston eram brancos e os do 11 de setembro rasparam a cabeça e a barba de propósito e frequentaram clubes de striptease. Nenhuma dessas pessoas atendiam ao estereótipo proposto por Trump.

Trump está errado em relação ao problema. Mas ele também está errado em relação à solução. Ele precisa saber que a política contra o extremismo é mais complexa do que criar estereótipos, o que exacerbaria o problema do extremismo de novo. Além de aumentar o sentimento anti-muçulmano, as ações de Trump também levarão a mais violência contra os muçulmanos. Além disso, ele também contribui para mais radicalização, fazendo um grande desfavor aos projetos de Segurança Interna. Donald Trump não está falando sério. Mas se nós queremos ser sérios em relação à oposição ao ISIS, prevenindo a radicalização dos americanos muçulmanos, e se queremos “Make America Great Again” (slogan da campanha de Trump, que quer dizer “Fazer da América Grande Novamente”, em tradução livre) deveríamos ser sérios em relação a manter Trump longe da Casa Branca.Fonte: CNN.