Marcelo Mello: Capacidade

Por Marcelo Mello

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Há uns meses escrevi um artigo sobre a gente saber o que quer. Lá eu dizia que poucas são as pessoas que realmente sabem. E é verdade, não adianta fazer cara feia.

Também disse que é preciso saber querer, ou seja, é necessário que tenhamos a consciência do que somos ou não capazes de conseguir. Em meu último livro recém-lançado falo sobre isso detalhadamente e vou além, escrevo como é que se percorre esse caminho até que se consiga descobrir qual é o objetivo.

Uma das perguntas desse livro, que nada mais é do que a metodologia de Coaching que criei e desenvolvi é: Por que você quer?

Pois é. Nessa fase, ou seja, depois que se define qual é o objetivo que o cliente quer alcançar, faço essa pergunta acima com o intuito de “validar” a escolha para que não reste nenhum pingo de dúvida a respeito, afinal, estamos falando, em muitos casos, de um grande objetivo de vida. E com isso não se brinca.

Ao tentar responder por que é que quer isso ou aquilo, o cliente tenta, ainda que de modo inconsciente, desconstruir aquilo que escolheu. Sim, eu sei, parece loucura, mas não é. Quando a gente tenta desconstruir uma ideia, um objetivo e não consegue, qual é a resposta que temos? Que se não podemos descontruir é porque está sólido, portanto, firme, coerente e realmente bem escolhido.

Há um detalhe importante: Temos que ter o discernimento do que podemos ou não querer. Mais ou menos como defini em um dos tópicos do programa de treinamento que proponho: Desejar o que podemos ter ou ser.

Já escrevi antes que aquela baboseira que diz: “Querer é poder” é besteirol de guru de quinta categoria do Facebook. Por exemplo, todos nós já quisemos ser um monte de coisas. Vou extrair um trecho do livro onde me coloco como exemplo e aí você entenderá meu ponto:

“Eu já quis ser ator de cinema, cantor de música pop, jogador de futebol, tenista e até piloto de Fórmula 1.

Dentro dessa metodologia de Coaching, não conseguiria passar pelo crivo das três perguntas chave que abrem as portas das conquistas dos objetivos. Ficaria sem respostas, afinal, não faço a menor ideia das técnicas de interpretação, sou péssimo em decorar textos (até em minhas palestras falo de completo improviso); minha voz é tão ruim que, por vergonha, jamais cantei sequer no banho; jogava futebol direitinho, mas não passaria na peneira de qualquer time da quarta divisão do Acre; jogava tênis até que bem, diria que no ranking mundial da ATP devo ter chegado a ocupar a 2.647.821.517ª posição. Como piloto, pelo meu tamanho circunferencial, ou não conseguiria entrar no cockpit ou não conseguiria sair dele, caso entrasse. Não que seja (muito) gordo, os cockpits é que são pequenos.

Agora, cá entre nós, se eu tivesse levado a sério todos aqueles desejos tolos e infantis que tive, seria o cara mais frustrado do mundo. Desejar o que se pode ter é ser inteligente e não ingênuo.” E você, tem capacidade para realizar aquilo que quer?