Marcelo Mello: Coaching de Negócios

Por Marcelo Mello

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Está ganhando força no mercado um novo tipo de Coaching que “cuida” não só de pessoas, como também de empresas. Parece, pelo que ouvi, li e pesquisei, que a prática está em alta no Brasil.

São empresas que atravessam uma tempestade, que estão buscando melhorar seu posicionamento no mercado, aumentar vendas, crescer ou que estão procurando seu lugar ao sol, aquelas em início de atividades.

A notícia é boa porque, até pouco tempo atrás, os empresários só procuravam ajuda depois que o navio havia batido no iceberg. Se agora estão preocupados com as coisas antes da colisão, me parece uma evolução, sem dúvida.

Já fui chamado para ajudar empresas em diversas ocasiões e em uma delas a questão foi até certo ponto inusitada. Eles haviam pago por uma consultoria por longos treze meses e, mesmo assim, a coisa não andava. Analisei a fundo o serviço que eles haviam pago e achei que tinha sido muito bom, mas não chegou ao “X” da questão.

Além de certas alterações na gestão do negócio que, repito, foram boas, havia mais um probleminha ali: a dificuldade de relacionamento entre os sócios. Esse mal relacionamento estava fazendo com que a empresa, uma gigante na área de turismo, começasse a dar sinais de que perderia dinheiro.

Eram quatro amigos, três mulheres e um homem, todos com formação universitária e com grande experiência no ramo de atividade. Se juntaram e fundaram a empresa. Até aí tudo normal.

A companhia cresceu e cada um cuidava da sua área. Só que uma das sócias teve que se ausentar por um longo período, cerca de dez meses, por causa de uma depressão daquelas que derruba qualquer ser humano normal.

Os outros três então passaram a dividir o comando da pasta da sócia ausente. Foi mais ou menos assim: um que cuidava do comercial passou a cuidar do financeiro e a que cuidava do marketing acumulou o comercial com a ajuda da sócia que comandava as operações. Quando a sócia ausente retornou, ficou sem lugar e assumiu outra função porque, aparentemente, as coisas estavam redondinhas, segundo as palavras deles.

Essa mudança profunda funcionou só no primeiro ano. Depois a coisa desandou porque, além de um dar pitaco na gestão do outro, eles, enquanto pessoas físicas, estavam longe, muito longe de se sentirem satisfeitos. A amizade de mais de dez anos já não importava mais e estava se perdendo. A tal consultoria contratada até resolveu uma questão muito bem, mas não chegou a mexer com a diretoria.

Para uma pessoa de fora, um problema na diretoria pode parecer óbvio, mas para quem está dentro, não. Eles se tornam resistentes em aceitar os fatos.

Quando eu desembarquei na empresa, detectei o problema e tive que fazer, além de ajustes no negócio, uma gestão de pessoas, justamente as que comandavam a “brincadeira”. Não foi nada fácil...

Por essa razão é que acho boa essa história de Coaching de Negócios. Nós, desde que bons profissionais da área, temos conhecimento, experiência para detectar onde é que o calo aperta e a coragem necessária para dizer isso a quem assina o cheque...