Marcelo Mello: Respeito

Por Marcelo Mello

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Nessa época do ano os excessos ficam ainda mais evidentes. Não estou falando do excesso de comida, o que é normal. Muito menos falo do excesso de bebida, coisa que pode se transformar em excesso de falta de inteligência se você beber demais e sair por aí dirigindo.

Falo aqui de outros excessos. Falo da imposição da sociedade em sermos felizes, pelo menos nessa época de Natal. Aquela coisa inútil e hipócrita do “espírito natalino”. Nessa época do ano, todo mundo quer ser fofo.

Sabia, caro leitor, que nesse período do ano a venda dos antidepressivos, aqueles remedinhos que tentam fazer com que as pessoas riam à toa, aumentam suas vendas em 40%? Uma coisa esquisita, não é mesmo? Afinal, pensam os tolos, quem é que não gosta do Natal?

Um monte de gente. Muito mais do que possamos imaginar. O problema é que não se pode dizer isso abertamente. Hoje em dia, existe um policiamento generalizado que bloqueia os que não têm lá muita coragem de dizer o que pensam. Note que essas mesmas pessoas que policiam as outras são as mesmas que “exigem” que respeitemos as opiniões dos outros. Alguma cosia não bate. Não faz sentido.

Eu costumo balizar minha vida, meus medos, minhas angústias, minhas alegrias, meus prazeres com uma pergunta simples: Isso faz sentido ou não?

Pois é. Fazendo essa pergunta é que já me livrei de um monte de pensamentos ruins que insistiam em atormentar minha mente. Por outro lado, fazendo a mesma pergunta eu ratifiquei uma porção de alegrias. Muitas de nossas tristezas não fazem o menor sentido, bem como muitas de nossas alegrias fazem.

Ultimamente, sem grandes altos e baixos, faço a mesma pergunta em relação aos outros, até mesmo em relação à sociedade. O que eu tenho a ver com a vida alheia? Absolutamente nada. Mas eu adoro analisar a manada. É um hobby.

A sociedade se tornou uma aberração. Ela nos impõe, ou tenta, um modelo de felicidade que não existe, nos fala que caminho seguir, quais opiniões devemos ter, enfim, a “polícia” ensandecida da sociedade quer controlar essa manada e não faz a menor ideia do que significa a palavra – e o conceito – ‘respeito’.

A sociedade pede respeito às opiniões diferentes, mas desde que essas opiniões sejam iguais as dela. Consegue entender isso?

Ninguém pode assumir e dizer que não gosta do Natal, por exemplo. Não pega bem.

E se você está nesse momento se perguntando se eu gosto ou não, respondo: Não dou a mínima. Isso mesmo, para mim é indiferente. Quase um desprezo. Acho que a festa e o “espírito natalino” não fazem o menor sentido. Claro, como bom católico, não esqueço de dar parabéns ao aniversariante.

Desejo um mega, superfeliz Natal para quem gosta. Divirtam-se, comam muito e aproveitem bastante! E, para quem não gosta, torço para que o tempo passe bem depressa. Vocês merecem todo o meu respeito.