Marisa Monte - Turnê Verdade Uma Ilusão: Um show que mistura a arte visual e a música brasileira

Por Gazeta News

Marisa_Monte4by_Tom_Munro

Sete anos depois de seu último show na região, Marisa Monte se apresentará novamente em Miami com sua turnê Verdade Uma Ilusão, nos dias 23 e 24 de junho, no Fillmore, em Miami Beach. Veja a entrevista exclusiva que Gene de Souza, autor da coluna Planeta Música, do GAZETA, fez com a artista, na qual ela fala sobre o atual momento em sua carreira.

Gene de Souza - Você acabou de fazer uma turnê europeia em cidades como Paris, Madrid e Londres. Como foram esses shows? Marisa Monte - A turnê foi maravilhosa. Fizemos mais ou menos 10 cidades, algo assim, quase todos os shows em grandes teatros, belíssimos. Levamos o mesmo show que vamos levar para Miami, tudo completo com a banda e o cenário que é baseado em arte contemporânea do Brasil. O show parece uma exposição itinerante de arte brasileira porque muitos dos artistas mais importantes atuando hoje fazem parte dos recursos visuais do show. Estou muito feliz de poder levar o show completo e mostrar toda a beleza e poesia da arte e da música brasileira juntas. Depois da Europa, nós voltamos e fizemos dois shows em Campinas. Agora temos um pequeno descanso antes de embarcar para Argentina e depois Miami e Nova York. GS - Em Londres, no ano passado, você participou das cerimônias de encerramento das Olimpíadas em uma apresentação musical linda sobre o Brasil. Como foi esta experiência. MM - Foi uma honra muito grande ter sido convidada para participar daquele evento. Nunca tinha feito um evento tão global, grandioso e enorme. Tudo foi muito organizado e ensaiado, sendo uma produção para a televisão. Foi uma das transmissões mais vistas em todo o planeta, uma audiência enorme. Pude cantar algo diferente para mim, que foram as Bachianas No 5, uma música clássica de Villa-Lobos, e “Aquele Abraço”, outro tipo de clássico de Gilberto Gil. Para mim, foi uma responsabilidade grande representar o Brasil e fico feliz que as pessoas se sentiram bem representadas for mim. GS - Muita gente fala sobre a produção do seu show, os efeitos visuais, projeções, e seu vestido iluminado. Como foi esse processo de montar o show e juntar a tecnologia com a música? MM - Já venho desenvolvendo há muitos anos o diálogo entre música e arte, em shows, capas de discos, etc. Mas, nesse novo show, eu queria mostrar um panorama maior desse momento da arte no Brasil. Convidei um curador para me ajudar a escolher as obras. Alguns artistas eu já conhecia e queria trabalhar, mas também encontramos muitos novos. Temos um diretor de arte, o Batman Zavarese que é responsável pela ligação toda entre o conteúdo, a própria arte visual, e a tecnologia que precisamos para usar esta arte no palco. Tivemos muitos técnicos trabalhando nisso e até gente desenvolvendo novos programas, novo software para o show, não só na parte visual, mas também no áudio tem muita tecnologia de ponta. Todo dia aparecem novos recursos e novidades que usamos para atualizar o show, e é bacana poder aprender e usar isso e mostrar as novidades ao público, que nunca viu isso antes. Estou muito feliz de poder levar esse projeto também para Miami.

GS - O novo álbum tem melodias lindas e uma produção fantástica sua e do baixista Dadi Carvalho. Como vocês se conheceram e começaram a trabalhar juntos? MM - O Dadi era dos Novos Baianos quando tinha 17 anos e depois tocou com o Jorge Ben. Depois, com a banda A Cor do Som, nos anos 80, eles foram os pioneiros do rock nacional. Ele tocou com todos os grandes artistas do Brasil. Nós começamos a tocar juntos em 1994, eu acho, quase 20 anos atrás. Sempre compomos juntos novas canções quando estamos em casa, pois somos vizinhos. Temos uma amizade muito forte. Ele é extremamente musical, versátil e sabe tocar vários instrumentos.   GS - Como foi trabalhar com o produtor Gustavo Santaolalla, vencedor do Oscar e vários prêmios Grammy? MM - Eu conheci o Gustavo em Los Angeles, depois de fazer um show na última turnê. Depois disso, fiz um show no Rio com a banda dele, o Bajofondo e aí ficamos ligados pra sempre. Fizemos outro show em São  Paulo com ele e o Café de los Maestros, um grupo de veteranos do tango que ele produz. Agora, para o novo álbum, eu liguei pra ele e fomos gravar em seu estúdio, em Los Angeles. O Rodrigo Amarante também gravou com a gente durante esse período. É gravando que tenho a oportunidade de convidar as pessoas, e fiquei muito feliz que ele pôde fazer isso comigo. Ele tocou em varias canções, vários instrumentos diferentes. GS – Como surgiu a ideia de convidar o lutador Anderson Silva para a gravação do vídeoclipe da canção “Ainda Bem”? MM - A canção fala sobre um encontro e eu achei que uma dança poderia representar isso muito bem. Não queria convidar um dançarino profissional. Queria alguém como eu, que adora dançar. Eu pensei no Anderson porque eu assisti ele dançando nas lutas, entrando no ringue, comemorando as vitórias. Ele está sempre dançando. Também achei ele perfeito por ser um atleta, um lutador. Foi interessante colocá-lo dentro desse contexto delicado da dança. Eu já era fã e agora sou ainda mais. Ele é um ser humano incrível, muito disciplinado, muito concentrado. Nós filmamos tudo em uma tarde, e o conheci naquele dia e nunca mais nos vimos. Espero encontrá-lo de novo logo, mas nossas agendas não batem.   GS - A sua última visita a Miami foi em 2006, também com dois shows lotados. Alguma recordação especial daqueles shows ou de Miami? MM - É sempre um prazer tocar em Miami. O Fillmore Miami Beach é um teatro maravilhoso. O público é sempre bem misturado e me recebe com muito amor. Tenho saudades de Miami e espero que as pessoas estejam tão ansiosas quanto eu.

SERVIÇO

O QUE: Marisa Monte - Uma Verdade Uma Ilusão QUANDO: Dias 23 e 23 de junho às 8pm ONDE: The Filmore Miami Beach (1700 Washington Ave, Miami Beach 33139 INFO: www.rhythmfoundation.com