Hawker fala sobre os efeitos especiais de A Quiet Place, já disponível em Blu-ray & DVD

Por JANA NASCIMENTO NAGASE

capa do DVD
Já disponível no combo 4K Ultra HD™, Blu-ray™ & DVD desde o dia 10 de julho, o aclamado suspense A Quiet Place, dirigido e atuado por John Krasinski. O moderno suspense de terror acompanha uma família de quatro pessoas que deve viver suas vidas em silêncio absoluto, depois que criaturas misteriosas, que caçam pelo som, ameaçam sua sobrevivência. Ou seja, o perigo é ativado pela percepção do som. Se eles te ouvirem, eles te caçarão. Emily Blunt, Noah Jupe e Millicent Simmonds também estão no elenco. John e Emily, que interpretam o casal na trama, são casados na vida real desde 2010, e essa é a primeira vez que contracenam juntos. John também escreveu o roteiro ao lado de Bryan Woods e Scott Beck. Mas o longa não só foi surpreendente pelo seu tom como também pelo seus efeitos especiais. Uma fusão de efeitos práticos e alguns digitais que dão uma sensação de volta ao tempo na maneira de criar essas criaturas. Eu tive a oportunidade de conversar por telefone com o Supervisor de Efeitos Especiais Mark Hawker. Falamos sobre o roteiro, os desafios, a cena mais difícil de realizar e muito mais. Vamos conferir trechos da entrevista. Jana – O que te chamou a atenção nesse projeto? Mark Hawker – Eu recebi um telefonema de um dos produtores e ela me enviou o roteiro. Depois de ler o roteiro e todo o conceito do filme – de não haver diálogo -, eu fiquei pensando que "eu tenho para fazer este filme ". E então, quando comecei a estudar mais o roteiro eu vi que tinha vários aspectos interessantes como o a criatura, o milho, o silêncio... Jana - Como foi trabalhar com John Krasinski? Mark – Foi bem legal! John é apaixonado pelo o que faz. Foi como se esse projeto fosse o bebê dele. Eu estava terminando outro filme quando eu comecei este, mas eu não tinha como recusar quando John começou a falar sobre o quanto o filme significava para ele. Foi viciante, ele falando sobre o filme e como ele queria fazer isso. Eu trabalharia com ele a qualquer momento de novo. Ele sabe o que quer, e se você for até ele com uma ideia ou um pensamento, você consegue falar com ele sobre a ideia, ele é bem aberto as sugestões. Jana - Quanto do filme foi feito com efeitos práticos em vez de digitais? Mark – Muitos! Os efeitos práticos foram quase que em todo o filme, por causa do orçamento. John queria fazer o máximo possível no set de filmagens em frente as câmeras, pois os atores teriam uma reação de verdade. Jana – Mas isso envolveu a construção de uma versão física das criaturas como referência? Mark – Não! Mas tudo que as criaturas faziam, acontecia de verdade no set de filmagens. Quando a criatura está atacando a caminhonete, na verdade estamos fazendo-a mexer, quebramos as janelas, e tudo mais. A criatura era inserida na finalização. Jana - Qual foi o efeito mais complicado? Mark – O milho onde as crianças estão dentro do silo de milho. Passamos muito tempo pesquisando e testando, porque precisávamos criar algo seguro para as crianças. Nós tivemos que usar milho de verdade porque as cenas eram fechadas e para parecer bem real. Eles caem no milho, afundam, vão para baixo, e se movem, então o equipamento de segurança que tivemos que construir para eles, foi bem complicado. Foram necessárias quatro pessoas para ajudar a operá-lo. Esse foi o maior desafio - mantê-los seguros e fazer com que ficasse boa a cena. Mas o resultado final foi incrível. Em toda essa sequência, quase não há efeitos visuais. Nós construímos o equipamento - é como uma membrana de balão de látex. Jana –Você já trabalhou em alguns dos filmes mais caros já realizados. Como foi trabalhar nesse projeto com um orçamento mais baixo? Mark – Você acaba voltando ao passado, a fazer como era feito antigamente, como puxar com fios. Tem que ser mais criativo e ajustar ao orçamento menor. Na cena da inundação, teria sido em uma escala muito maior se o orçamento fosse maior. Normalmente para uma cena assim, se constrói uma grande parede ao redor e então você inunda todo o quarto e depois a área ao redor do cenário. Mas nós não tínhamos nem espaço e nem tempo, então eu tive a ideia de incorporar as paredes, deixá-las somente para reter a água lá mesmo. Normalmente, as paredes estariam muito mais para trás e toda a equipe estaria dentro desse ‘tanque’; nesse caso, apenas Emily e um dublê estavam dentro e o restante do pessoal estava do lado de fora.