Masculinidade Tóxica

Por Adriana Tanese Nogueira

Ser um macho é uma questão de nascimento. Ser um homem é uma escolha. Edwin Louis Cole O novo comercial da Gillette introduz um tema urgente e necessário: a Masculinidade Tóxica (de cada dia que precisamos extirpar). A expressão “masculinidade tóxica” surgiu de estudos que focaram sobre o comportamento violento dos homens e que, este é o cerne da conversa, foram usados para descrever a própria masculinidade. Mas será isso mesmo que é ser homens? Ou esta é um modelo culturalmente construído de masculinidade? De acordo com os psicólogos Robert Moore e Douglas Gillette [“Rei Guerreiro Mago Amante”], o sistema social que se desenvolveu nos últimos milênios, o patriarcado, prejudicou não só as mulheres como também os homens. A masculinidade tóxica é um de seus resultados, pois reprime os homens e os obriga a adotarem uma identidade entendida como violenta, insensível, distante, fria, e sexualmente agressiva. O que é ser homens? O que é ser mulheres? Não podemos compreender uns sem as outras e vice-versa. As mulheres foram mudando nas últimas décadas. Mudaram hábitos, valores, rotinas, interesses, objetivos, ambições. As mulheres questionaram, tentaram, erraram, buscaram, conversaram intermináveis horas com amigas, mães, irmãs, terapeutas. As mulheres choraram, se desesperaram, quiseram entender. As mulheres buscaram ajuda, estudaram, batalharam. As mulheres estimulam mudanças. São elas a mola propulsora da sociedade – que começa em casa, na relação com seus homens. Todo esse movimento feminino, que se auto compreenda como feminista o não tanto faz, produz inevitáveis avanços e conquistas. As mulheres têm muito ainda a conquistar, dentro delas e no mundo, mas elas estão sem dúvida mais abertas à mudança do que os homens. Por que? A questão é complexa, mas aqui vamos focar num aspecto: as mulheres conquistaram o direito de mudar. É socialmente aceito, é socialmente dado. Enquanto isso, a identidade dos homens está acorrentada a um modelo de masculinidade imutável. Por isso é tóxico, além de psicológica e socialmente violento, ele está desatualizado e não permite a evolução dos homens. Leiam “O Mito da Masculinidade” do psicólogo carioca Sócrates Nolasco. Nós mulheres vamos encontrar lá a confirmação de tudo o que dolorosamente vemos e sentimos nos homens que amamos. Os homens vão encontrar uma brecha para sair da caverna sombria na qual estão trancafiados. Vamos parar de forçar goela abaixo em todo menino um modo de ser que reprime sua vida interior, sua sensibilidade, seu bom senso até, sua capacidade de amar, sua inteligência emocional. Este modo de ser é facilmente configura em psicológica como uma personalidade disfuncional. Basta ver os que passa nos filmes: quais os modelos de homens que são heróis? Os protagonistas masculinos admirados por outros homens são indivíduos em competição uns com os outros, que vencem na base da força (tanto muscular como financeira), que são fortes no sentindo que não mostram emoções, fora a raiva. A raiva é um sentimento aceito (assim como é “proibido” às mulheres). Homens não têm ou não mostram fraquezas (mulheres sim). Homens “são assim”, homens e mulheres não diferente e “nunca vão se entender”. Um Verdadeiro Homem está sempre pronto para a violência. Assim como não está nunca pronto para chorar, mostrar sua sensibilidade – se o fizer só é diante de sua mulher (com as quais chega a ter verdadeiras crises histéricas pelas quais quer impor seus valores repressivos). Masculinidade tóxica se refere a comportamentos e crenças que na verdade castram o desenvolvimento dos homens e lhes impede de evoluir para aquela Masculinidade Madura e Saudável da qual todos precisamos – urgente! Os tempos atuais clamam por novos papeis sociais e novas identidades psicológicas. Homens precisam ser homen,s mas o que é ser homens? Vamos descobri-lo juntos?