Mau uso de colírio prejudica 67% dos tratamentos, diz pesquisa

Por Gazeta Admininstrator

Uma pesquisa inédita no país realizada com 2.700 pessoas nos últimos três anos indica que o mau uso do colírio prejudica 67% dos tratamentos oculares e demonstra que 30% colocam em risco sua visão com automedicação.

A pesquisa foi desenvolvida pelo oftalmologista do Instituto Penido Burnier e diretor médico do Banco de Olhos de Campinas (SP), Leôncio Queiroz Neto.

"A maioria das pessoas acha que o colírio é uma água qualquer e não sabe que uma gota dentro do olho é o suficiente", disse o oftalmologista.

A aposentada Paula Francinete, 48, teve o glaucoma agravado por usar o colírio de maneira errada. "Pingava o colírio quase todo para fora do olho e, em seguida, ainda limpava com o lenço, o que depois descobri que é errado. Além disso, parte do líquido descia pelo canal lacrimal, o que elevou a minha pressão ocular".

Pesquisa

Das 2.700 pessoas ouvidas, 67% (1.809 pessoas) fizeram mau uso de colírio, o que gerou desde complicações resultantes do desperdício e descontinuidade da terapia, até contaminação do medicamento e passagem do princípio ativo para a corrente sangüínea.

A absorção do medicamento pelo organismo atingiu 82% (1.483) dos que usaram colírio de forma inadequada.

"A absorção acontece porque parte do medicamento desce pela narina via canal lacrimal e chega à corrente sangüínea. A pessoa deve tampar o ponto lacrimal".

De acordo com Queiroz Neto, dos 67% dos pacientes que usaram colírio de forma inadequada, 58% (1.045) desperdiçaram o medicamento colocando de duas a três gotas em cada olho por não acreditar que em cada aplicação apenas uma gota é o suficiente.