McCain defende mais muros na fronteira para conter imigração

Por Gazeta Admininstrator

O provável candidato John McCain alertou os mexicanos que os EUA precisam de mais muros na fronteira com o país antes de tentar rever as legislações imigratórias.
Em visita ao México, onde reuniu-se com o presidente Felipe Calderón, McCain defendeu a ampliação do polêmico muro que está sendo construído entre os dois países na tentativa de conter as grandes ondas de imigração ilegal aos EUA.
O assunto é ainda mais polêmico entre os mexicanos e parece controverso em uma viagem planejada por McCain para conquistar o voto dos hispânicos, que representam 9% dos eleitores do país.
"Eu acredito que nós precisamos ter uma reforma compreensiva da imigração, o povo americano quer nossas fronteiras seguras antes", disse McCain, durante sua coletiva de imprensa na Cidade do México.
Há um ano, como aponta reportagem do jornal "USA Today", o senador por Arizona foi co-autor de um projeto de lei de reforma imigratória que deu esperanças a milhões de mexicanos vivendo ilegalmente no país. O projeto foi recusado no Congresso e em vez disso os EUA anunciaram uma expansão em suas barreiras na fronteira, medida que não agradou ao governo mexicano.
"Isso exigirá alguns muros, exigirá grades virtuais, exigirá equipamento de alta tecnologia. Nós precisamos assegurar nossa fronteira e depois trataremos sobre uma reforma imigratória compreensiva", disse McCain, na visita ao país vizinho.
Alguns mexicanos criticaram a estratégia. "Que tipo de bom vizinho constrói uma grande parede na sua cara? enquanto houver empregos nos EUA, as pessoas vão encontrar um jeito de chegar lá", disse Salvador Rivera, morador local, citado pelo "USA Today".
Drogas
McCain declarou também seu apoio ao presidente Calderón em sua luta contra o tráfico de drogas.
"McCain reconheceu a liderança que o presidente Calderón tem mantido desde o início de sua administração na luta contra o crime organizado e o narcotráfico, e manifestou seu apoio à cooperação americana, incluindo esforços como a Iniciativa Mérida, para atender a esses desafios", declarou a Presidência mexicana, após encontro entre os dois políticos.
O governo mexicano mobiliza 36 mil soldados, em vários estados do país, para combater o narcotráfico, em uma guerra que já deixou mais de 1.500 mortos em 2008.
Porém, as autoridades mexicanas também reclamam "corresponsabilidade" na luta contra o tráfico de drogas, já que 80% das armas usadas pelos grupos criminosos mexicanos vêm dos EUA, maior consumidor de cocaína do mundo.
McCain iniciou sua visita ao México comparecendo à Basílica da Virgem de Guadalupe, venerada pela maioria dos 12 milhões de mexicanos que vivem nos Estados Unidos.
"Esta é uma importante demonstração de que McCain tem o conhecimento e o respeito pelos católicos, não apenas nos Estados Unidos, mas também para a importante comunidade no México", destacou seu porta-voz, Thucker Bounts.
O provável candidato democrata, Barack Obama, conta atualmente com o apoio de 59% dos eleitores hispânicos, contra apenas 29% para McCain, segundo pesquisa do Instituto Gallup publicada na quarta-feira (2).
No encontro com Calderón, o republicano reafirmou seu apoio ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte, o Nafta, entre México, EUA e Canadá, ao contrário de Obama, que durante as primárias democratas questionou a validade do tratado.