Médica é acusada de dar injeções letais em vítimas do Katrina.

Por Gazeta Admininstrator

Uma médica e duas enfermeiras foram acusadas nesta terça-feira (18) de assassinato em segundo grau por supostamente terem aplicado injeções letais em 4 pacientes em um hospital de Nova Orleans (EUA), depois da passagem do furacão Katrina em 2005.

A oncologista Anna Pou e as enfermeiras Lori Budo e Cheri Landry foram acusadas de injetar "doses letais de morfina e do sedativo Midazolam", de acordo com o promotor-geral do Estado da Louisiana, Charles Foti, durante entrevista para a imprensa local.

As acusações são resultado das 73 investigações abertas contra vários funcionários do Memorial Hospital de Nova Orleans, depois da descoberta de 34 corpos após a passagem do furacão.

A grande quantidade de mortos levantou suspeitas de que vítimas do fenômeno natural podem ter sido submetidas a uma eutanásia passiva para atenuar a dor que sofriam pelos danos causados pelo Katrina.

"Estamos falando de pessoas que acharam que talvez fossem Deus e tomaram essa decisão", declarou Foti, que acrescentou que médicos e enfermeiras sabiam das "condições horrendas existentes na região após o Katrina, que deixou muitos sem comida, água, energia elétrica e necessidades básicas, mas que não há desculpas suficientes para justificar a morte intencional de outro ser humano".

Em declaração jurada em poder do Departamento de Justiça da Louisiana, Pou afirmou à uma enfermeira-chefe que administraria "dose letais" aos pacientes que não pudessem ser retirados.

Familiares e advogados reiteraram a inocência de Pou.

Mais de 200 pacientes de 13 albergues e seis hospitais da região morreram após a passagem do Katrina, em 29 de agosto de 2005, o que levou à abertura de várias investigações criminais.

Após o furacão, o Memorial Hospital de Nova Orleans ficou sem energia elétrica e as temperaturas eram superiores a 38 graus centígrados. O local pertence à companhia Tenet Healthcare Corp, empresa que hoje anunciou ter chegado a um acordo para vender três centros hospitalares, entre eles o de Nova Orleans.

Em comunicado, a Tenet Healthcare Corp acrescenta que a prática da eutanásia é "repugnante", e que as três pessoas detidas adotaram a decisão sem o conhecimento de seus superiores.