Médico brasileiro lidera nos EUA estudo promissor para a cura do COVID-19

Por Gazeta News

[caption id="attachment_196168" align="alignleft" width="349"] Médico brasileiro André Kalil; Foto: TV NHK Japão.[/caption] Especialista em doenças infecciosas , o médico brasileiro André Kalil, de 53 anos, é responsável pelo ensaio clínico que testa nos Estados Unidos o remédio considerado de maior potencial para curar o Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Trump quer “reabrir a economia do país” em duas semanas Nascido em Bagé (RS), Kalil está nos Estados Unidos há 20 anos e trabalha no centro médico da Universidade do Nebraska, onde lidera uma equipe de profissionais que vai testar a eficácia do remédio remdesivir- uma droga experimental contra o ebola, como parte de um programa liderado pelos institutos nacionais de Saúde e atualmente a terapia mais promissora para tratar a infecção. “Há uma carga emocional grande neste momento, com a situação da epidemia. Mas é preciso fazer a ciência correta e robusta para descobrir qual terapia funciona”, afirmou o médico ao G1. Os resultados iniciais poderão estar disponíveis em duas ou três semanas, segundo o médico. Segundo Kalil, até o momento, 80 pacientes têm participado do teste, com metade deles recebendo a droga e a outra metade, um placebo. Ele disse que sua equipe deverá ser capaz de examinar os resultados dos primeiros 100 pacientes nas próximas duas ou três semanas. CDC lança teste virtual “autoavaliador de coronavírus” para ajudar em triagem Entretanto, o médico brasileiro advertiu que a droga experimental tem efeitos colaterais indesejados. Ele afirmou que administrar qualquer medicamento que não foi testado e aprovado para se saber se é seguro criaria "mais riscos do que benefícios" em pacientes com sintomas leves. André Kalil disse que a droga deveria ser utilizada somente em pacientes com alto risco de morte. Especialista em doenças contagiosas Há 14 pacientes de Covid-19 no centro médico onde Kalil trabalha. Eles vieram do cruzeiro que esteve atracado e isolado no Japão. Dois deles estão em estado grave, e os outros 12, em observação. O hospital da Universidade do Nebraska é especializado em contenção biológica – foi uma das poucas unidades médicas do mundo a receber pacientes de ebola, por exemplo. Os ensaios clínicos que Kalil conduz são financiados pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), um órgão federal dos Estados Unidos. Pesquisa de ensaios clínicos A pesquisa é um teste clínico em pacientes: na primeira fase, 200 pessoas infectadas vão receber doses do remdesivir, e outras 200, doses de placebo. O placebo é, visualmente, uma infusão idêntica ao remédio de verdade, mas inócuo. Nem o médico que ministra nem o paciente sabem quem recebe cada uma das versões. O ensaio clínico para achar uma cura para o coronavírus, no entanto, vai ser adaptativo, diz o doutor Kalil: “O estudo está calculado para 400 pacientes, mas, quando chegarem os resultados dos primeiros cem, vamos averiguar para tentar entender se há efeito. Em caso positivo, vamos trabalhar em cima dele. Se não, retiramos o estudo e colocamos uma medicação nova”. Com informações da Agência Brasil e G1.