Médico de Pompano Beach aplaude planos do irmão em se tornar presidente dos EUA

Por Marisa Arruda Barbosa

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Há menos de um mês, o médico conhecido da comunidade brasileira em Pompano Beach, Richard Silva, de 46 anos, da Silva Medical Centre, foi surpreendido pela notícia de que seu irmão, Rod, de 43 anos, vai se candidatar à presidência dos Estados Unidos. “Pensei que fosse brincadeira no início, mas quando viajei para New Jersey, vi matérias com ele em jornais locais e pensei : ‘Wow!’”, relatou Richard.

Mas a proposta de tornar a América mais saudável não é novidade nem para Richard e nem seus irmãos. “O assunto saúde sempre esteve presente em nossas conversas”, disse. Os três irmãos, Richard, Rod e Ronaldo, de 44 anos, são filhos de santistas e com uma avó que era uma “cozinheira de mão cheia. Ela chegou a cozinhar para os jogadores do Santos (futebol clube)”, faz questão de ressaltar Richard. “Aprendemos a ser saudáveis desde cedo”. Rod fazia musculação e sentia falta de lugares onde comer comidas saudáveis. Há mais de 20 anos, isso era algo mais difícil de encontrar. Foi aí que teve a ideia de abrir um restaurante dedicado a comida saudável, contando com a ajuda da mãe na cozinha. O Muscle Maker Grill foi aberto há 20 anos e, hoje, conta com 60 lojas em 11 estados, dois deles na Flórida, em Tallahassee e Deerfield Beach.

“Sei que é difícil ganhar, mas o mais importante é tocarmos nesse tema da saúde, algo que nenhuma campanha tem falado”, disse Richard, que pretende se envolver na campanha. Família Rod e Richard contam que a vida de sua família nos EUA começou quando o pai veio em busca do “American Dream”, aos 17 anos de idade.  “Nosso pai era engenheiro e alcançou todos os sonhos. Ele pôde nos dar uma boa educação. Eu estudei medicina, o Rod e Ronaldo estudaram business”, relata Richard. Mas a questão da saúde virou mais que pessoal para os irmãos depois que o pai deles morreu aos 62 anos, vítima de um ataque do coração, em New Jersey. A sua morte veio aproximadamente sete anos depois que Rod abriu o primeiro Muscle Maker Grill. “Quando vi meu herói, que vivia o sonho americano, morrer daquele jeito, pensei que teria que haver outra forma. Foi aí que comecei a minha jornada”, conta Rod.

Hoje, mais do que nunca, ele se dedica à vida saudável, assim como a sua família. Sua esposa é dedicada ao Cross Fit, sua filha de 13 anos é ginasta e o filho é 8 segue a tradição brasileira de jogar futebol. “Ele é um atacante incrível”. Entrevista: Conheça mais sobre Rod Silva, o candidato filho de brasileiros

Rod Silva acredita que a saúde preventiva está no centro das soluções do país. Gazeta - Quando você decidiu concorrer à presidência? Rod Silva - Quando começou a época de eleição e nenhum dos candidatos, de ambos os lados, abordou o maior problema que enfrenta a nossa nação: a saúde. Tenho ficado extremamente frustrado ao assistir os candidatos falarem sobre todos os assuntos, exceto a saúde física e mental da América, que são questões muito importantes, se não as mais importantes. Meu objetivo é simples: ajudar a América a ficar saudável novamente. Gazeta - Do que você precisa para ter seu nome na cédula de votação? R.S. - Cada estado tem exigências diferentes - por isso o nosso objetivo principal agora é reunir voluntários que possam nos ajudar a espalhar a ideia e assinar petições que nos ajudarão a ser adicionados às cédulas em cada estado. Pessoas que acreditam em nossa missão também podem entrar em contato com o escritório eleitoral local e pedir que Rod Silva seja adicionado às cédulas como candidato independente. Gazeta - Por que está concorrendo como independente? R.S. - Eu decidi concorrer como um candidato independente, o que permite que eu tome decisões que eu acredito que sejam melhores para os americanos, e não para o partido. Eu sou um estranho em Washington e por isso não estou sob nenhuma obrigação de fazer acordos em troca de favores políticos. Além disso, acho que a minha força é não ter experiência na política. Mas posso ajudar esta nação ao torná-la saudável novamente. Além disso, sou um empresário bem sucedido e um líder. Gazeta – Com que frequência você vai ao Brasil e como mantém contato com suas raízes? R.S. – Meus pais são de Santos. Muitas vezes, nós visitamos a nossa família e sempre me lembro da TV Globo ligada. No entanto, depois da morte de meu pai e quando a saúde de minha mãe começou a diminuir, não voltei mais tanto quanto gostaria. No entanto, está sempre em meu coração, apesar de meu português enferrujado. Gazeta - Então a ideia principal em sua campanha é fazer com que a América seja saudável novamente, certo? O que você faria para alcançar esse objetivo? R.S. - Precisamos começar com uma melhor educação em relação à saúde e continuar com a reforma da saúde. Nós precisamos ter uma abordagem mais pró-ativa para a prevenção ao invés de uma postura reativa - e as empresas farmacêuticas precisam começar a seguir o exemplo. Temos que colocar o setor privado atrás da prevenção. Viver é ter um estilo de vida saudável, e não ficar esperando tratamento quando as pessoas ficam doentes. Os números e estatísticas são surpreendentes e falam por si só: • O colesterol alto é a principal causa de morte nos Estados Unidos e afeta cerca de 71 milhões de adultos americanos (CDC); • 20 estados têm uma taxa de obesidade de 30% ou superior, o que continua aumentanto a cada ano (State of Obesity in America); • 86 milhões de residentes norte-americanos com 20 anos ou mais têm pré-diabetes (American Diabetes Association); • A pressão alta custa $46 bilhões à nação, o que inclui o custo dos serviços de saúde, medicamentos para tratar pressão alta, e perda de dias de trabalho - de acordo com (CDC). Não deveríamos estar tratando das complicações quando elas surgem, devemos ter uma abordagem preventiva. Nós faremos a América saudável novamente. Michelle Obama foi uma embaixadora fantástica nessa causa e eu a aplaudo. Mas, realisticamente, nem sequer arranhamos a superfície. Há muito trabalho a ser feito - e educação nutricional é o ponto principal. Gazeta - O que você pensa sobre o Affordable Care Act? R.S. - Eu acredito que a chave é tornar a América saudável novamente - se educarmos os americanos e reorientarmos o nosso setor privado, nossa nação ficará saudável novamente – o que vai diminuir os custos exorbitantes de saúde, tornando-a mais acessível para todos. Isso é parte da meta. Gazeta – O que pensa sobre a reforma da imigração? R.S. - Como você sabe, eu sou filho de imigrantes brasileiros. Minha família veio para a América em busca do sonho americano. Isso foi uma grande influência para mim. Não importa quem você é, se você acredita em algo e trabalha duro, você pode fazer a diferença. Alguns candidatos fizeram declarações sobre “o envio de pessoas de volta a seus países” e “construir um muro”. Eu sinto que não é essa a questão – mas sim seguir os canais adequados para se tornarem cidadãos americanos de maneira legal. Para as pessoas que entraram ilegalmente, a questão é complicada. Precisamos tentar tratar as pessoas de forma justa com o propósito do que é melhor para a América. Imigrantes construíram esta grande nação, e eles têm um monte de pontos positivos para adicionar à nossa cultura - mas como tudo na vida, há um processo que precisa ser seguido da maneira certa. Voluntários interessados podem se inscrever no site: www.RodSilva2016.com.