Médico preso nos EUA também fez vítima em Belo Horizonte.

Por Gazeta Admininstrator

Antes de ser acusado por prática irregular de medicina, porte de substâncias controladas e ser suspeito da morte de uma brasileira nos Estados Unidos, o médico Luiz Carlos Ribeiro fez, ao menos, uma vítima em Minas. Evanice Rabelo da Costa, de 50 anos, se sujeitou a uma operação com Ribeiro para correção das pálpebras em 2003. A cirurgia foi um desastre. Além das marcas, os olhos não se fecham totalmente. Ela venceu um processo contra o médico e espera a Justiça definir o valor da indenização.

O médico e a mulher, Ana Maria Miranda Ribeiro, foram presos na segunda-feira, em Framingham, Massachusetts. Ribeiro teria feita a cirurgia de lipoaspiração da também brasileira Fabíola de Paula, de 24. Horas depois da operação, feita no porão de uma casa, teve que ser levada a um hospital em razão de complicações e acabou morrendo na madrugada de segunda-feira. O médico estaria atuando ilegalmente, com uma licença para cirurgia plástica não reconhecida nos EUA, e usando medicamento controlado sem autorização do Foods and Drugs Administration (FDA), órgão regulador do governo americano.

Fabíola não foi a primeira vítima de Ribeiro. Evanice Rabelo da Costa, de 50, era cliente dele. “Fazia um tratamento para emagrecer com ele. Comentei que queria fazer uma cirurgia plásticas nas pálpebras para ficar mais bonita para a festa de 15 anos da minha filha”, conta. Evanice alertou sobre a predisposição dela para quelóides, cicatrização da pele que deixa marcas. O médico ignorou a informação, disse.

O resultado da cirurgia foi desastroso. Além das marcas, Evanice carrega a impossibilidade de fechar um dos olhos e a dificuldade para fazer o mesmo com o outro. O médico deixou contas para Evanice pagar. “Ele me disse que eu estava nervosa e que, para me preocupar menos, pagaria a maquiagem para ir à festa da minha filha. Gastei R$ 250. Ele não cobriu meus cheques. Tentei contatá-lo, mas ele foi para os Estados Unidos.

Três anos depois, a paciente conseguiu uma vitória: o médico foi condenado a pagar indenização, mas a Justiça ainda vai definir o valor. “Sei que vou usar o dinheiro para fazer cirurgia corretiva”, diz Evanice, moradora de Contagem. A prisão dele nos Estados Unidos foi considerada uma vitória: “Estou achando ótimo”.

Ana Maria foi liberada segunda-feira, depois de pagar fiança de US$ 50 mil. O médico também poderia sair sob fiança (de US$ 250 mil). Os dois devem ficar sem os passaportes. Promotores americanos não encontraram registros de pacientes no local, mas acreditam que outras pessoas passaram por cirurgia conduzida por Ribeiro em Framingham, onde a comunidade brasileira é grande.

A Justiça investiga ainda a dona do prédio em que o casal brasileiro fez a cirurgia. Ana Célia Pena Sielemenn, de 40 anos, suspeita de fornecer as drogas usadas na operação, foi presa ontem, ao se apresentar à corte.