Medidas defendidas por Trump e Hillary que afetam diretamente o Brasil

Por Gazeta News

[caption id="attachment_116845" align="alignleft" width="258"] A relação Brasil x Estados Unidos tem melhorado nos últimos tempos, mas ainda depende muito da "química" entre seus governantes, apontam especialistas.[/caption]

A duas semanas da eleição, os candidatos à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Donald Trump, intensificam a busca pelo voto dos eleitores e debatem temas cruciais para os Estados Unidos e que podem afetar diretamente outros países, inclusive o Brasil.

Economia

Vários aspectos devem ser levados em conta e um deles é a maneira como os dois candidatos e seus partidos encaram a economia e as relações comerciais entre os Estados Unidos e o resto do mundo.

O Brasil se beneficiaria de uma maior abertura dos EUA a produtos brasileiros, tendo em vista que, hoje, os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás da China.

Historicamente, o Partido Republicano, de Trump, defende o livre comércio e se opõe a medidas protecionistas que ajudem empresas americanas a competir com estrangeiras, enquanto o Partido Democrata, de Hillary, costuma encarar o livre comércio com maior ceticismo e é normalmente mais sensível a apelos por políticas protecionistas.

Trump inverteu a lógica republicana ao propor renegociar os acordos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo.

Hillary, por sua vez, tem adotado uma postura mais flexível em relação ao comércio exterior.

Imigração

Estima-se que um milhão de brasileiros vivam nos EUA, boa parte em situação migratória irregular. Hillary lidera com folga entre os eleitores latinos, segundo apontam as pesquisas e afirma que, se eleita, apresentará no início do governo uma proposta para que a maioria dos imigrantes sem documentos possa se regularizar. Ela defende a ideia de que só deportará imigrantes que cometam crimes violentos.

Já Trump propõe construir um muro na fronteira dos EUA com o México e promete deportar todos os imigrantes sem documentos.

Ele diz que protegerá o "bem-estar econômico de imigrantes legais" e que a admissão de novos imigrantes levará em conta suas chances de obter sucesso nos EUA, o que em tese favoreceria brasileiros com alta escolaridade e habilidades específicas que queiram migrar para o país.

Eliminação de vistos

Hoje, Brasil e EUA negociam a adesão brasileira a um programa que reduziria a burocracia para viajantes frequentes brasileiros, como executivos. A eliminação dos vistos, porém, ainda parece distante, independentemente de quem vença a eleição.

Para que a isenção possa ser negociada, precisaria haver uma redução no índice de vistos rejeitados em consulados americanos no Brasil, uma exigência da legislação dos EUA.

Relação comercial e política

A balança comercial entre o Brasil e os Estados Unidos é favorável aos norte-americanos, embora Trump tenha citado em 2015 que o Brasil, é um dos países que tiram vantagem dos Estados Unidos através de práticas comerciais que ele considera injustas.

Em 2013, quando já havia deixado o governo Obama, Hillary fez uma palestra paga a executivos do banco brasileiro Itaú, em Nova York. No discurso, que teve o conteúdo divulgado nas últimas semanas pelo site Wikileaks, ela disse sonhar com um "mercado comum hemisférico, com comércio aberto e fronteiras abertas".

Especialistas nas relações diplomáticas Brasil-EUA costumam dizer que os laços entre os dois países dependem em grande medida da química entre seus líderes, independentemente de seus partidos ou ideologias.

Analistas afirmam ainda que Brasil e EUA têm relações bastante diversificadas e que os laços devem ser mantidos qualquer que seja o resultado da eleição em novembro, já que os dois governos dialogam dentro de estruturas burocráticas.

Fonte: BBC Brasil