Há evidências crescentes de que a onda de dezenas de milhares de menores da América Central atravessando ilegalmente a fronteira do México para o Texas está sendo impulsionada, em grande parte por propagandas enganosas de que terão permissão para ficar, enquadrando-se nas políticas de imigração do governo Obama. As informações são do “Washington Post”.
“Aqueles que cruzam nossa fronteira ilegalmente, hoje, mesmo as crianças, não são elegíveis para um caminho de ganho da cidadania”, disse o secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson. “Aqueles que são presos nas nossas fronteiras são prioridades para a deportação, independentemente da idade”.
A administração Obama tem enfatizado que o fluxo de menores está sendo impulsionado principalmente pela violência relacionada a gangues na Guatemala, Honduras e El Salvador. A maioria das crianças está atravessando o Rio Grande no Texas, muitas vezes sob a orientação de cartéis de tráfico humano, e muitos tentam se reunir com os pais nos Estados Unidos. O número de menores apreendidos nos últimos nove meses, que veio desses três países, é 34.611 – mais de três vezes a mais do que no ano de 2012.
Falsas promessas
A senadora Dianne Feinstein, D-Califórnia, disse, no dia 12, que sua equipe encontrou evidências em uma visita recente a um posto de patrulha de fronteira em Nogales, no Arizona, que os jovens imigrantes estão recebendo promessas muito antes de sair de casa. Dois funcionários de Feinstein visitaram as instalações em Nogales, onde centenas de crianças foram encaminhadas para processamento, nas últimas semanas, depois que as estações de patrulha no Rio Grande estavam sobrecarregadas. Em uma declaração ao “The Washington Post”, Feinstein disse que as crianças estavam sendo bem alimentados e cuidadas, mas enfatizou que “o que me preocupa é por que as crianças estão atravessando a fronteira”.“Depois de se envolver com as crianças e funcionários norte-americanos, o meu pessoal descobriu que muitas das crianças foram contrabandeadas depois de ouvir anúncios de rádio, prometendo que não seriam deportadas”, disse Feinstein. “Minha equipe também ouviu dizer que as organizações religiosas estão espalhando a mesma mensagem”.
Um memorando interno vazado escrito por agentes da Patrulha de Fronteira, no Vale do Rio Grande, confirma tais percepções. O documento foi distribuído a jornalistas e escritórios do Congresso, esta semana, pelo Conservative Center for Immigration Studies, e defende a imigração limitada. É um resumo de entrevistas em 28 de maio com 230 jovens e mulheres de Honduras, Guatemala e El Salvador, que foram presos tentando entrar nos Estados Unidos.
A principal razão pela qual os imigrantes tinham atravessado para os EUA era “aproveitar a nova lei dos EUA que concede um passe ou licença livre do governo”, afirmou a nota.
Violência relacionada a gangues, dificuldades econômicas e violência doméstica também foram citadas como razões para o êxodo da América Central. A notícia dessas “permisos” é espalhada de boca em boca e pela mídia internacional e local, diz a nota.
Em uma audiência no Comitê Judiciário do Senado na semana passada, Johnson disse aos legisladores que não tinha visto o memorando da Patrulha de Fronteira e não estava de acordo com as suas conclusões.
Um assessor democrata do Senado, que tem trabalhado nessa questão sugeriu que as redes de contrabando humano na América Central estão falsamente propagando os rumores para recrutar clientes cujas famílias pagam grandes somas para a viagem para o norte.
Johnson, que pretende viajar para a Guatemala, em julho, disse que o governo está lançando uma campanha de televisão, rádio e jornal no país alertando os pais sobre os perigos de colocar seus filhos nas mãos de cartéis de contrabando.