Mexicano que lutou pelos EUA no Afeganistão recebe ordem de deportação

Por Gazeta News

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[caption id="attachment_140194" align="alignleft" width="300"] Foto: Army USA.[/caption]

Um juiz federal americano ordenou a deportação de Miguel Perez, mexicano de 38 anos, ex-veterano do exército que chegou a servir duas vezes no Afeganistão.

Perez foi preso em 2008 e luta há cinco anos contra a deportação. Como veio para os EUA ainda criança, aos oito anos, se tornou um residente permanente em Chicago e eventualmente servia ao exército. Foi enviado para o Afeganistão por duas vezes e, na última, sofreu uma lesão cerebral em uma explosão em campo.

Ao retornar para casa, o jovem foi diagnosticado com lesão cerebral e estresse pós-traumático. Sua família alega que desde então foi difícil para que ele encontrasse trabalho.

Em 2010, Perez foi preso por vender cocaína e ficou por sete anos na prisão. Mas por não ser um cidadão americano, agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE) o detiveram e destituíram-no de seu status legal de ex-combatente.

Na semana passada, um juiz ordenou a deportação de Perez, que havia apresentado um pedido de alívio contra ordens de deportação sob a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura, alegando que seu histórico militar o tornaria vulnerável a ataques de cartéis de drogas no México. Ele explicou que os cartéis de drogas frequentemente procuram usar pessoas com experiência militar para seus próprios fins.

"Eu me sinto terrível porque meu filho agora é um soldado sem nenhuma nação - nem do México nem dos EUA - mas meu filho lutou por este país não pelo México e agora ele não é um cidadão americano?", disse a mãe Espranza Perez.

Após a ordem de deportação, o advogado do jovem entrou com apelação e membros da família pediram ajuda ao senador Dick Durbin para que o jovem possa permanecer no país.

Em julho de 2002, o presidente George W. Bush assinou uma ordem executiva abrindo caminho para que cidadãos não-americanos que tenham servido nas Forças Armadas ou depois de 11 de setembro de 2001 aplicassem imediatamente para a cidadania. A mãe de Perez, Esperanza Medina, disse que seu filho nunca pediu formalmente a cidadania porque interpretou mal as regras e achava que já era considerado cidadão após ter servido ao exército.

Pérez permanecerá sob custódia do ICE enquanto durar a apelação. Seu advogado espera que o caso seja levado para Washington, D.C., e que o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) altere o recente pedido de cidadania de Perez para a partir do dia em que ele serviu seu país no Exército.

Com informações do ABC News.