Mexicanos alugam certidão de nascimento por $800

Por Gazeta Admininstrator

Para seus chefes em Pilgrim’s Pride, ele era Juan José Rodríguez, pois assim informavam sua certidão de nascimento e seu cartão de seguro social, documentos que apresentou ao ser contratado, há seis anos, em uma planta de processamento de frangos no sudoeste de Arkansas.

Mas em sua casa em De Queen, ele era realmente o mexicano Joel Garibay Urbina, casado, com três filhos e uma hipoteca. Para os policiais que atenderam a uma denúncia de violência doméstica, era um a mais entre os imigrantes indocumentados que têm dupla identidade. “Nos o prendemos e ele apresentou uma carteira de identidade do Arkansas com um nome e um documento de trabalho com outro nome diferente”, disse o investigador Sean Martin da polícia de De Queen.

Garibay Urbina havia alugado seu sonho americano por $800. Ele assumiu a identidade de um cidadão norte-americano e a manteve em seu poder os documentos o tempo suficiente para convencer seu empregador de que era cidadão. Com isso, Urbina, de 28 anos, nascido em Guadalajara, no México, conseguiu um emprego, comprou uma pistola e passou a viver sem despertar suspeitas, até que a polícia o prendeu por causa de uma briga com a esposa, em janeiro.

Ele cruzou a fronteira, em 1995, em Laredo, no Texas, com um visto de turista, válido por seis meses, e agora deverá ser deportado. Antes disso, no entanto, ele cumprirá um ano de prisão nos EUA.

“A fraude com certidões de nascimento poucas vezes é julgada, a menos que envolva uma perda grande de dólares ou outros delitos”, afirma um documento divulgado anteriormente pelo escritório do inspetor-geral do Departamento de Saúde e Serviços Humanos. Urbina foi preso depois de admitir ter mentido à empresa sobre seus status e de ter violado uma lei que proíbe que os imigrantes indocumentados possuam armas.

Ele contou à polícia que, quando chegou ao Arkansas, contactou “um indivíduo desconhecido” que lhe ofereceu uma certidão de nascimento e um número de seguro social, antes mesmo que começasse a procurar trabalho. Com os documentos em mãos, Urbina começou a trabalhar na empresa de processamento de frangos, em 2001.

Oficiais de imigração ainda não sabem quantas vezes os documentos utilizados por Urbina foram usados anteriormente por outros imigrantes, uma vez que toda a documentação era alugada por determinado período, até que o imigrante tivesse seus dados “assimilados” por entidades públicas e privadas norte-americanas.